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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A GRANDE CONQUISTA


Luiz Carlos Formiga

Lemos, na Revista Fraternidade. Lisboa. Portugal. Nº 454, abril, 2001, “O Compromisso Com a Paz Global”. Encontro de Cúpula Mundial de Líderes Religiosos e Espirituais pela Paz Mundial e por Bawa Jain, Secretário-Geral do “Millenium Worl Peace Summit”.
Agora recebemos convite para, numa reunião pública, desenvolver o tema “A Paz. A Grande Conquista da vida”.(*)
Hoje, corremos atrás desta felicidade, ainda que relativa, na Terra.
Qual o perfil da pessoa feliz?
Lembramos Gandhi, não no “Bloco do Afoxé”, um dos mais tradicionais do carnaval de Salvador, Bahia, Brasil, mas em “A Saga do Amor na Terra”. Nos exemplos de vida cristã, amar e se desarmar, vencer a solidão e reviver o Evangelho primitivo. (1)
Sabemos da admiração de Gandhi pelas Bem-aventuranças (Mateus 5: 3). Ali recolhemos o perfil.
Felizes os mansos, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça.
A paz é realmente a grande conquista da vida. Mas como promover a paz global?
O leitor concordará que a criança é a esperança do futuro, que homens e mulheres são parceiros iguais em todos os aspectos da vida, que o nosso mundo está assolado pela violência e que a guerra por vezes é feita em nome da religião. Pela paz, necessitamos de compromisso pessoal.
Assim, sejamos liderança espiritual para ajudar a estabelecer novos rumos para a sociedade. Devemos reconhecer nossa responsabilidade para o bem-estar da humanidade e para a paz na Terra.
O leitor também vai concordar que o conflito armado é uma terrível tragédia para as vidas humanas, não só para as vidas perdidas, mas arruinadas; que essa tragédia é péssima para o futuro das tradições religiosas e espirituais e também que as religiões têm sido usadas para criar a divisão e produzir hostilidades. Assim, no nosso compromisso com a paz, podemos trabalhar juntos para promover as condições internas e externas que propiciem a paz, bem como administrar a resolução não violenta dos conflitos.
Já sabemos que as religiões têm em comum o interesse pela dignidade humana, pela justiça e pela paz, que nossa ação tem impacto sobre os outros e na comunidade global e que num um mundo interdependente a paz vai necessitar de valores éticos fundamentais.
Que são valores ético-espíritas? (2)
Paulo de Tarso leciona sobre valores cristãos e Emmanuel recorda que: “aquele homem sábio e vigoroso, que se rendera a Jesus, incondicionalmente, às portas de Damasco, revela à comunidade cristã a sublime qualidade de sua fé. Não se afirma detento dos romanos nem se refere às sentinelas que o acompanham de perto. Compreendendo que permanece a serviço do Cristo e cônscio dos deveres sagrados que lhe competem, dá-se por prisioneiro da Ordem Celestial e continua tranquilamente a própria missão.”
“Andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.” (Efésios, 4.1).
 Emmanuel fala da obediência construtiva e nos aponta o futuro: “quando predominarem, nos quadros da evolução terrestre, os discípulos que se sentem administradores do Senhor, operários do Senhor e cooperadores do Senhor, a Terra alcançará expressiva posição no seio das esferas”.(3)
As tradições religiosas  podem e devem colaborar na construção de sociedades pacíficas, procurando a compreensão mútua, através do diálogo, onde existam diferenças.  Podem abster-se da violência, praticar a compaixão e defender a dignidade de todas as formas de vida. Não haverá paz até que grupos e comunidades reconheçam a diversidade de culturas e religiões havendo respeito e compreensão.
Pertinente lembrar que construir a paz requer atitude de reverência pela vida, erradicação da pobreza e proteção do meio ambiente.(6)
O Espírito Dolores, através do “dom” da mediunidade de Brunildes (*),  também nos fala da esperança no futuro: “se quiseres sentir a paz dentro de ti,  faze silêncio, espera que volte a primavera na força da oração. Transforma o teu soluço em riso de esperança  no amanhã que vem. Depois da tempestade surge sempre a bonança agora ou mais além”.
Muitos gostariam de estar de posse do “dom mediúnico”, para poder ajudar a educar a sociedade, onde está inserido. No entanto, a mediunidade educada é fatalidade evolutiva. Devemos continuar a trabalhar os valores ético-morais e aguardar o crescimento geral e pessoal.
Diz Emmanuel que existem muitas pessoas inquietas, por não serem portadores desta mediunidade (ostensive). No entanto, lembra que “diariamente, haverá mais farta distribuição de luz espiritual em favor de quantos se utilizam da luz que já lhes foi concedida, no engrandecimento e na paz da comunidade, pois podemos ser o intermediário do Mestre, em qualquer parte”. Para tanto basta que compreendamos a obrigação fundamental, no trabalho do bem, e atendamos à Vontade do Senhor, agindo, incessantemente, na concretização dos Celestes Desígnios”
Lembra Emmanuel que somos Espírito imortal, temporariamente na Terra, com o dever de aplicar o sublime dom de server, que há em nós.
“Não desprezes o dom que há em ti”. I Timóteo, 4:14.  (4)
O leitor concordará que uma cultura de paz deve ser baseada no cultivo da paz interior que é a herança das tradições religiosas e espirituais. Que as tradições religiosas e espirituais são a fonte central na construção de uma vida melhor para a família e toda a vida na Terra. Enfatizamos, como podemos individualmente colaborar na busca da paz?
Conduzir, os mais próximos, a um renovado compromisso com os valores éticos e morais, resolver sem violência os conflitos gerados pelas diferenças e conduzir ao respeito pelo direito à liberdade religiosa.
Na busca da paz global, despertar o senso de responsabilidade compartilhada entre todos e conduzir ao reconhecimento de que todos temos direito a educação e a saúde. Ajudar a promover uma distribuição de riqueza equitativa, não só quando nos postos de comando e reconhecer a necessidade urgente de cuidar do sistema ecológico. (5, 6)
Pela paz, devemos combater práticas que degradem a qualidade da vida humana, promover os valores da paz interior, incluindo o estudo e a prece, a meditação e a noção do sagrado, a humildade e o amor, a compaixão, a tolerância e o espírito de serviço.
Emmanuel diz que “todos os que surgem, aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões. Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços”.
“Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e identificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem ultrajadas ou contundidas.Recorda-te de que a Natureza, sempre divina em seus fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem cessar.”
“Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados, nos conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre. Viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos”. (7)
Dolores Duran/médium Brunilde M. do Espírito Santo (8), deixa uma Cantiga de Paz:
“Olhando ao teu redor verás que almas tristes te pedirão amor”.
“Tua tristeza esquece, sorri, ampara e aquece, seja o irmão quem for. Sofrendo chuva e vento o trigo doura o campo, sem falar de sua dor e assim, que a nuvem passa, a terra generosa desabotoa em flor. Imita a natureza que se desfaz em luz até o entardecer e quando a noite chega, o céu acende estrelas, até o amanhecer”.
O Evangelho é o coração da Bíblia, roteiro para promover a Paz Global.

(*)  GPELA “Valorização da Vida”

(**)  Vontade, Trabalho e Êxito. Louis Pasteur

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