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quarta-feira, 12 de abril de 2017

Um Estatuto, uma cláusula , uma carta , uma solicitação (Vladimir Alexei)

ESTATUTO
da  Federação Espírita Brasileira 

(Aprovado pela Assembléia Geral Extraordinária em 23 de março de 1991, com as alterações aprovadas pela Assembléia Geral Extraordinária de 3 de julho de 1999.)


CAPÍTULO I 
Do nome, objeto e sede da Sociedade 
Art. 1º A Federação Espírita Brasileira, fundada a 2 janeiro de 1884, na cidade do Rio de Janeiro, é uma sociedade civil religiosa, educacional, cultural e filantrópica com personalidade jurídica e que tem por objeto e fins: 
 I – O estudo, a prática e a difusão do Espiritismo em todos os seus aspectos, com base nas obras da Codificação Allan Kardec e no Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo; 
II – A prática da caridade espiritual, moral e material por todos os meios ao seu alcance, dentro dos princípios da Doutrina Espírita; 
III – A união solidária das sociedades espíritas do Brasil e a unificação do movimento espírita brasileiro, bem como o seu relacionamento com o movimento espírita internacional. 
Parágrafo único – Além das obras básicas a que se refere o inciso I, o estudo e a difusão compreenderão, também, a obra de J.-B. Roustaing e outras subsidiárias e complementares da Doutrina Espírita.


Allan Kardec

Uma solicitação fraternal
Vladimir Alexei






Como espírita, iniciei minhas atividades quando subi, pela primeira vez, a escadaria da Sede Histórica da FEB, na Av. Passos, no 30, no Rio de Janeiro, onde residi entre os anos de 1990 e 1995. Conheci o gentleman Juvanir Borges. Tenho dois momentos no movimento espírita, atualmente. O primeiro é na exposição doutrinária, fazendo reflexões para espíritas e não espíritas. O segundo ocorre quando escrevemos alguns artigos com críticas ao movimento espírita.

Por ter estudado um pouco, ao longo desse breve tempo, a história do Movimento Espírita brasileiro, e por ter feito parte do movimento de Unificação, recorro à sua atenção para alguns apontamentos que, poderiam suscitar reflexões e, um possível diálogo. Faço-o, a partir da minha apresentação, pois não ambiciono nada na Federação Espírita Brasileira. Não tenho interesse em absolutamente nada da Federação Espírita Brasileira, a não ser que ela exerça o papel para o qual foi criada: ser uma Federação.

Alguns comentários, a partir daqui, serão de ordem prática, com o objetivo de entender melhor o momento que passamos, frente às demandas do movimento espírita.

A primeira delas é que, a situação financeira da Federação já foi melhor do que o momento de crise porque passa o Brasil. Consequentemente, a Federação, mesmo que ainda possua fontes reais de receita, não dispõe de tanto recurso assim para, por exemplo, reeditar Os Quatro Evangelhos de Roustaing. Além de ser polêmico, não traz benefícios práticos aos cofres da Federação, o que seria financeiramente ruim. Por favor, entendo que, nem sempre as produções trazem resultados financeiros e que há um papel cultural, social e doutrinário em se propagar obras, sacrificando um pouco o caixa, em troca de uma divulgação maior. Válido e aplicável para obras realmente doutrinárias.

Do ponto de vista doutrinário, a reedição se justifica menos ainda pois, em uma gestão que assumiu oficialmente em 2015, e que até o presente momento não apresentou planejamento contendo estratégias de atuação no movimento de Unificação (já se passaram dois anos), não seria com esse trabalho que o senhor Unificaria o Movimento Espírita, carente já da presença da Federação. A última data de planejamento da FEB, em seu site, foi de junho de 2014 (http://www.febnet.org.br/blog/geral/conheca-a-feb/feb-faz-planejamento/).

Entendo que o papel de um Presidente é de articulação política, mais do que de gestão administrativa e financeira. Se puder fornecer as diretrizes políticas e administrativas, melhor ainda. Mas é preciso dar visibilidade ao que está acontecendo na Federação, Presidente. E isso não se faz com ações de comunicação social e marketing. Se faz no corpo a corpo com o movimento espírita brasileiro.

Presidente Godinho, juridicamente, é possível derribar a cláusula pétrea referente ao trabalho de Roustaing. Isso é fato. O senhor está com a faca e o queijo nas mãos para, como Roustanguista, fazer história e entrar para os anais como aquele Espírita que entendeu, que, para se estudar uma teoria, doutrinária ou não, não é preciso o amparo estatutário e sim da boa vontade daqueles que acreditam em tais teorias.

Que esse assunto (cláusula pétrea), saia das sombras e venha a lume para que todos os espíritas vejam na presente gestão um gesto de profunda transformação. Creio até que, este processo, esteja próximo de sua mesa, de fácil acesso, para que tome uma decisão que coloque o nome da Federação, da atualidade, nos trilhos e preste um serviço relevante ao movimento espírita.

Mas o ponto mais importante, e por isso vem por último, pois é dos mais difíceis, já que a mudança de um estatuto depende única e exclusivamente do senhor, seria abrir um diálogo com o Movimento Espírita brasileiro. Projetos no exterior, nesse momento, não são mais relevantes do que os projetos de sustentação do movimento brasileiro. A FEB está na contramão daquilo que é doutrinário e evangélico, presidente! Primeiro arrumo a casa, depois executo projetos externos! As práticas atuais (que o movimento espírita, em esmagadora maioria, desconhece), demonstram, para quem está de fora, total falta de planejamento ou, laissez-faire, “faço o que quero, quando quero...” e, o pouco que já li a seu respeito, não condiz com sua altivez.

Assim sendo, Presidente, convide lideranças do movimento espírita, mesmo aquelas que se opõe à FEB, mas que sem dúvida alguma, são educadas e podem dialogar construtivamente, para marcar uma nova retomada para o futuro do movimento espírita. Afaste-se daqueles que só sabem “aconselhar” e muito pouco produzem. Oxigene os ares da Federação Espírita Brasileira (pelo menos comece!), levando aqueles que podem contribuir desinteressadamente com a Federação. Renove, Presidente!

Sei que o senhor não me responderá, mas fico feliz em saber que, pelo menos, recebeu essa missiva. Que os Bons Espíritos iluminem seu caminhar, que a Federação seja novamente uma construtora social da mais alta relevância e que o bom combate seja constante, em seu coração, e no de todos que transitam pelos corredores da Federação.

Com votos de paz e alegria, em Jesus, despeço-me, agradecido desde já por sua atenção. (Vladimir Alexei)

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