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sábado, 3 de outubro de 2015

Tempo de aguardar


Jane Maiolo
“É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto , o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado”[¹]
Há vinte anos eu apreciava a obra no “Mundo Maior”  , da coleção - “A vida no Mundo Espiritual”,  ditada pelo Espirito André Luiz, psicografado  por Francisco Cândido Xavier. As explanações contidas no capítulo XVII, informações procedentes do mundo espiritual bem instruídas pelos Benfeitores, deixaram-me de certo modo de sobreaviso. O mencionado capítulo assinala categoricamente que: “ uma das  alegrias do céu é a de esvaziar os infernos” [²]. Tal afirmação ecou e ainda hoje repercutem na minha alma.
Indubitavelmente o momento pelo qual atravessa toda a Humanidade é caótico, confuso e conflituoso. Vivemos um clima de tensão ético-moral-social e espiritual constante. Não resta a menor dúvida que as regiões “infernais” estão mais vazias!
Por hora, nós outros, defensores da imortalidade da alma, precisamos utilizar um roteiro seguro para não aderirmos ao clima de pessimismo e de desesperança que solapa a psicosfera do Planeta.
O problema do ser humano é o mesmo em toda a parte. Porém, a administração dos reveses de cada existência é tarefa pessoal e intransferível. Aquele que suporta com honra e lucidez esses períodos difíceis já goza de uma posição espiritual mais confortável, pois o mal, ainda que silencioso ou gritante, não lhe perturba a jornada ascensional ou turva-lhe o coração fortalecido na fé.
Diante do desequilíbrio reinante nas diferentes estâncias políticas, sociais, religiosos o que nos resta fazer é sintonizar com mentes mais elevadas a fim de não assimilar os arquétipos da incredulidade oriunda dos clichês do inconsciente coletivo e lembrar que “Quem governa o mundo é Deus” [ ³] - asseverava Jesus ao discípulo Levi que desejava precipitar o processo de implantação do “reino do céu” no coração do homem.
Lembrando as anotações de Eclesiastes “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” [4].
A ilusão que vivenciamos na matéria tem feito muitos de nós criarmos raízes que serão difíceis de extirpar. Quando soar o tempo da derradeira partida seremos nós conosco mesmos, e no baú espiritual só caberá o que conseguimos depositar e guardar no coração.
Há dois mil anos Jesus nos convidou para o momento da transição; antes enviou João , o Batista, a fim de que os nossos caminhos fossem aplainados em direção ao Criador. Ainda estamos aguardando as hecatombes físicas e materiais que sofrerá o planeta para nossa modificação sem nos darmos contas que tudo esta dentro de uma Ordem Divina e Perfeita, em que  a lei de destruição é natural e gradativa.
A Terra sofrerá grande comoções físicas e sociais, antes disso, porém, urge passarmos por terremotos morais e tsunamis sentimentais   para nos transformar em representantes legítimos  do Mestre entre os homens. Estamos na “era transição”. É imprescindível transformarmos os sentimentos, ou seja, não nos é mais  lícito  fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem , eis aí a regra áurea do Evangelho.
Não condenemos, não firamos, não acusemos, pois todo o mal gerado pelas ações individuais exigirá uma reparação, tornando-nos desditosos, amargurados ou aflitos, desesperançosos  ou inflexíveis. Somos herdeiros das nossas próprias atitudes e criações mentais.
O amor de Deus é sempre rico de bênçãos e oportunidades, escravizarmo-nos aos problemas transitórios da matéria é negar nossa filiação divina.
Não tardará o período em que espíritos sublimes reencarnarão na Terra , em missão, para que o amor e a sabedoria possam resplandecer. Aguardemos confiantes. Fazendo a parte que nos cabe na condição de criaturas despertas para a realidade da vida imortal.
Referências bibliográficas:
(1)    XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã, ditado pelo Espírito André Luiz, cap.12, RJ: Ed FEB, 1998
(2)    XAVIER, Francisco Cândido. No Mundo Maior, ditado pelo Espirito André Luiz maior cap. 17 RJ: Ed FEB, 1992
(3)    XAVIER, Francisco Cândido. Boa Nova, ditado pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 11, RJ: Ed FEB, 1990

(4)      Eclesiastes 3:1-8 (Bíblia de Jerusalém)

*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP –Blog do Bruno Tavares –Recife/PE - Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. janemaiolo@bol.com.br 

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