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sexta-feira, 29 de março de 2013

Jorge Hessen
CONDUTA ESPÍRITA NA DIFUSÃO DOUTRINÁRIA
(Espírito André Luiz, Médium Francisco Cândido Xavier. Livro “Conduta Espírita”)
NA PROPAGANDA
Escudar-se na humildade constante, ao desenvolver qualquer atividade de propaganda doutrinária, evitando alarde, sensacionalismo, demonstrações publicitárias pretenciosas ou métodos de ação suscetíveis de perturbar a tranqüilidade pública.
Incentivar o intercâmbio fraterno entre as pessoas e as organizações doutrinárias, através de cartas e publicações, livros e mensagens, visitas e certames especializados, buscando a unificação das tarefas e o esclarecimento comum.
Usar com prudência ou substituir toda expressão verbal que indique costumes, práticas, idéias políticas, sociais ou religiosas, contrárias ao pensamento espírita, quais sejam sorte, acaso, sobrenatural, milagre e outras, preferindo-se, em qualquer circunstância, o uso da terminologia doutrinária pura.
 NA TRIBUNA
Palestrar com naturalidade, governando as próprias emoções, sem azedume, sem nervosismo e sem momices, fugindo de prelecionar mais que o tempo indicado no horário previsto.
Calar qualquer propósito de destaque, silenciando as exibições de conhecimentos, e ajustar-se à Inspiração Superior, comentando as lições sem fugir ao assunto em pauta, usando simplicidade e precatando-se contra a formação de dúvida nos ouvintes.
Respeitando pessoas e instituições, nos comentários e nas referências, nunca estabelecer paralelos ou confrontos suscetíveis de humilhar ou ferir.
Sustentar a dignidade espírita diante das assembléias, abstendo-se de historietas impróprias ou anedotas reprováveis.
Como Falar Melhor  - prof. Reinaldo Polito
1. Seja você mesmo
Essa é a primeira e maior dica de como falar melhor: a naturalidade acima de tudo. Nenhuma técnica poderá ser mais importante que a sua naturalidade. Aprenda, aperfeiçoe, progrida, mas ao falar, seja sempre natural.

2. Pronuncie bem as palavras
Pronuncie completamente todas as palavras. Principalmente não omita a pronúncia dos "s" e "r" finais e dos "i" intermediários. Por exemplo fale primeiro, janeiro, terceiro, precisar, trazer, levamos, e não, janero, tercero, precisá, trazê, levamo.
Pronunciando todos os sons corretamente, a mensagem será melhor compreendida pelos ouvintes e haverá maior valorização da imagem de quem fala. Faça exercícios para melhorar a dicção lendo qualquer texto com o dedo entre os dentes e procurando falar da forma mais clara possível.
3. Fale com boa intensidade
Se falar muito baixo, as pessoas que estiverem distantes não entenderão suas palavras e deixarão de prestar atenção. Também não deverá falar muito alto porque, além de se cansar rapidamente, poderá irritar os ouvintes. Fale numa altura adequada para cada ambiente. Nunca deixe, entretanto, de falar com entusiasmo e vibração. Se não demonstrar interesse por aquilo que transmite, não conseguirá também interessar sua platéia.

4. Fale com boa velocidade
Não fale rápido demais. Se a sua dicção for deficiente será ainda mais grave, já que dificilmente alguém conseguirá entendê-lo.
Também não fale muito lentamente, com pausas prolongadas, para não entediar os ouvintes.

5. Fale com bom ritmo
Alterne a altura e a velocidade da fala para construir um ritmo agradável de comunicação. Quem se expressa com velocidade e altura constantes acaba por desinteressar os ouvintes, não pela falta de conteúdo, mas pela maneira "descolorida" como se apresenta.
6. Tenha um vocabulário adequado
Um bom vocabulário tem de estar isento do excesso de termos pobres e vulgares, como palavrões e gírias. Por outro lado, não se recomenda um vocabulário repleto de palavras difíceis e quase sempre incompreensíveis. Evite também o vocabulário específico da sua profissão diante de pessoas não familiarizadas com esse tipo de palavreado. Evitando o vocabulário pobre e vulgar, não tendo a preocupação de se expressar com palavras difíceis e reservando o vocabulário profissional dentro da mesma área, você estará desenvolvendo um vocabulário simples, objetivo e suficiente para identificar todas as suas idéias e pensamentos.
7. Cuide da gramática
Um erro gramatical, dependendo da sua gravidade, poderá atrapalhar a apresentação e até mesmo destruir sua imagem. Toda a gramática precisa ser correta, mas principalmente, faça uma revisão de concordância e conjugação de verbos. Muitos hesitam na construção das frases porque têm dúvida sobre a concordância a fazer ou o verbo a conjugar. Além disso, aumente suas leituras de livros de bons autores e observe atentamente a construção das suas frases. A leitura é uma das melhores fontes de aprendizado.
8. Tenha postura correta
Fique sempre bem posicionado. Ao falar, procure não colocar as mãos nos bolsos, nas costas, cruzar os braços, nem se debruce sobre a mesa, cadeira ou tribuna. Deixe os braços naturalmente ao longo do corpo ou acima da linha da cintura e gesticule com moderação. O excesso de gesticulação é mais prejudicial que a falta. Distribua o peso do corpo sobre as duas pernas, evitando o apoio ora sobre uma perna, ora sobre a outra. Essa atitude torna a postura deselegante. Também não fique se movimentando desordenadamente de um lado para o outro e quando estiver parado, não abra demasiadamente as pernas. Só se movimente se pretender se aproximar dos ouvintes ou dar ênfase à determinada informação.
Não relaxe a postura do tronco com os ombros caídos. Poderá passar uma imagem negligente ou de excesso de humildade. Cuidado também para não agir de forma contrária, não levantando demasiadamente a cabeça, nem mantendo rígida a posição do tórax. Poderá passar uma imagem arrogante e prepotente. Deixe o semblante sempre descontraído e, sendo possível, sorridente. Não fale em alegria com a fisionomia fechada, nem em tristeza com a face alegre. Lembre-se sempre que é preciso existir coerência entre o que falamos e o que demonstramos na fisionomia. Ao falar, olhe para todas as pessoas para ter certeza de que estão ouvindo e prestando atenção nas suas palavras. Principalmente ao ler, este cuidado tem de ser redobrado, pois existe sempre a tendência de olhar o tempo todo para o texto, esquecendo a presença de ouvintes.

9. Tenha início, meio e fim
Toda fala, seja numa simples conversa ou numa apresentação para uma grande platéia, precisa ter início, meio e fim.
O início
No início, procure conquistar os ouvintes desarmando suas resistências e conquistando seu interesse e atenção. Para isso, poderá usar algumas das seguintes dicas:
- Conte uma pequena história que tenha estreita relação com o conteúdo da sua mensagem. Histórias normalmente despertam o interesse.
- Elogie sinceramente os ouvintes.
- Use uma frase que provoque impacto.
- Diga que não irá consumir muito tempo.
- Faça uma citação de autor respeitado pelos ouvintes.
- Use um fato bem humorado. Entretanto, evite piadas.
- Levante uma reflexão.
- Demonstre sutilmente que conhece o assunto e possui experiência.
- Aproveite uma circunstância fazendo um comentário sobre alguém presente ou que tenha falado há pouco, ou ainda sobre um acontecimento conhecido dos ouvintes.

No início, você deverá evitar:
- Pedir desculpas por estar com problemas físicos (gripe, resfriado, dor de cabeça, etc.) ou por não estar devidamente preparado para falar.
- Contar piadas.
- Fazer perguntas quando não desejar a resposta.
- Tomar partido sobre assuntos polêmicos.
- Começar com "chavões" ou frases muito usadas. Por exemplo: A união faz a força; Uma andorinha só não faz verão, etc.
- Fazer citações de autores muito polêmicos.
Saiba ainda que o início deverá ser breve, neutro e guardar interdependência com o restante da fala.
O meio
Na primeira parte do meio, prepare o tema a ser abordado:
Conte numa única frase sobre a matéria que irá abordar. Por exemplo: "Vou falar sobre o lazer do homem moderno".
Em seguida, faça um relato histórico do tema ou levante um problema para o qual dará solução.
Finalmente, fale sobre as etapas do assunto que irá desenvolver. Por exemplo: se o tema fosse lazer, as etapas poderiam ser o lazer no campo, o lazer na praia e o lazer no clube.
Na segunda parte, desenvolva o assunto principal atendendo ao que foi preparado. Se fez um relato histórico, agora fale do presente; se levantou um problema, agora dê a solução; se dividiu o tema, agora cumpra as etapas prometidas.
Use comparações, exemplos, estatísticas, testemunhos, enfim tudo que puder para confirmar o conteúdo da sua exposição. Se sentir que alguém poderia fazer alguma objeção às suas afirmações, este é o momento de refutá-la.

O fim
No final, faça uma breve recapitulação. Em apenas uma ou duas frases, faça o resumo do que apresentou. Em seguida, para encerrar, use os mesmos recursos sugeridos para iniciar: elogiar o auditório, fazer uma citação, aproveitar uma circunstância, um fato bem humorado, levantar uma reflexão, etc. Além disso, poderá pedir que ajam de acordo com suas propostas. Não encerre dizendo "era isso que eu tinha para falar" ou outras formas vazias, sem objetividade.

10. Pratique bastante
            Treine bastante e, sempre que puder, aproveite a oportunidade para falar. Não se esqueça também que o bom comunicador deve saber ouvir.

 
DECÁLOGO DO EXPOSITOR ESPÍRITA

Alkíndar de Oliveira

I) O expositor espírita não pode transferir para os mentores espirituais o esforço e o preparo que lhe cabem.

II) O expositor espírita deve, de preferência diariamente, dedicar parte do seu tempo para:
- ler bons livros;
- meditar;
- fazer elaborações mentais;
- tirar conclusões;
- coletar frases e textos que sirvam como futuras fontes de referência, ou de inspirações, às suas palestras.

III) O expositor espírita deve preocupar-se em ter exemplar conduta e esmerar-se por colocar em prática o que prega.

IV) O expositor espírita deve:
- conscientizar-se que mesmo sendo imperfeito e vacilante em relação à sua evolução moral e espiritual, a Doutrina necessita de sua pregação;
- entender que o pouco que está fazendo em prol da Doutrina e da evolução, é muito, considerando-se que foi dado o 1º passo, pois, como disse Emmanuel: "Quando uma centésima parte do Cristianismo de nossos lábios conseguir expressar-se em nossos atos de cada dia, a terra será plenamente libertada do mal”

V) O expositor espírita deve:
- evitar emitir opiniões pessoais contraditórias, sem sustentação doutrinária;
- sempre lembrar-se que a Doutrina tem sua base filosófica e religiosa codificada nos livros de Allan Kardec, os quais - os livros - devem servir como sustentação maior nas suas palestras;
- preocupar-se menos com a letra dos conceitos evangélicos e mais com os conceitos evangélicos da letra.

VI) O expositor espírita deve ter a certeza de que, no momento de sua fala, a ajuda espiritual não lhe faltará e sim, estará intensamente presente e atuante, se fizer a sua parte:
- desenvolvendo sua expressividade e técnicas retóricas;
- estudando e preparando previamente o tema;
- compreendendo a importância do momento, dedicando-se mentalmente à vibrações de amor, paz, humildade e caridade.

VII) Mesmo em conversas pessoais e informais, o expositor espírita deve auto-educar-se, pois, como disse André Luiz: "No estado atual da educação humana, é muito difícil alimentar, por mais de cinco minutos, conversação digna e cristalina, numa assembléia superior a três criaturas encarnadas".

VIII) O expositor espírita deve, quando for ditar normas de conduta, incluir-se como pessoa também necessitada, isto é: em vez de dizer: "Vocês precisam preocupar-se com a evolução moral", dizer: "Nós precisamos preocuparmo-nos com nossa evolução moral".

IX) O expositor espírita deve:
- ser um homem do seu tempo;
- falar com constância, em suas palestras, de Deus, de Jesus e da Doutrina;
- viver intensamente o sublime momento da palestra, agradecendo ao Mestre e aos mentores espirituais pela felicidade de ser humilde instrumento das palavras de Deus.

X) O expositor espírita deve ser simples e humilde, pois, como disse Padre Vieira: "Nada há tão grande como a humildade". E, com humildade e simplicidade, deve sentir-se motivado para proferir contínuas palestras, tendo a certeza da ajuda do Mestre e a convicção de que a rosa perfuma primeiro o vaso que a transporta.

ANGÚSTIAS INTIMAS PUBLICADO NO JORNAL DA CIDADE

O sentimento de angústia insistente a muitos homens e mulheres, em qualquer faixa etária, os remete ao desinteresse de viver, ao medo do amanhã, ao desânimo em vista dos desafios do destino, enfim, a uma ausência de ânimo que recebeu da psiquiatria a sinistra terminologia: depressão. A rigor a depressão resulta da ausência de esperança e da incerteza em relação ao que está por vir.
Noutras nuanças prognósticas dessa patologia estão incrustados tristeza, ausência ou diminuição da vontade, exagerado sentimento de culpa, perda de projetos de vida, desejo de morte, redução da capacidade cognitiva, além de insônia ou mórbida e prostante sonolência.
Sintomas esses matrizes de fraqueza neuro-físico-mental, favorecendo a invasão oportunista da enfermidade, por carência da restauração da energia mantenedora da saúde, sobrevindo as asperezas da apatia como dispositivo abissal do qual para se desvencilhar requerem soberbos esforços de auto-educação.
A conduta mento-espiritual dos homens, quando cultiva os sentimentos da irritabilidade, do ódio, do ciúme, do rancor, impregna o organismo físico e o SNC (sistema nervoso central), com freqüências vibratórias infectadas que bloqueiam áreas por onde se espalha a energia vital, abrindo campo para a instalação dos múltiplos estados patológicos, em face da proliferação de agentes deletérios (microorganismos de origens psíquicas) degenerativos que se instalam. Por isso, a disciplina mental surge como pedra angular, sustentando o edifício das lutas rotineiras sob o influxo da resignação indispensável diante dos embates vitais ao nosso crescimento espiritual.
A causa da depressão está enraizada no perispírito e, a rigor, não tem matrizes no corpo físico. O conflito do enfermo remonta a causas passadas, provavelmente remotas, com reverberação no presente.
Os Benfeitores Espirituais explicam que nas mortes prematuras traumáticas (acidentes - suicídios) em pessoa com grande reserva de fluido vital, impõe fortes impressões e impactos vibratórios na complexa estrutura psicossomática, formando no espírito um clichê mental robusto do momento do trespasse.(desencarnação).
Na reencarnação subseqüente o amortecimento biológico do corpo físico, não é suficiente, para neutralizar os flashs dos derradeiros momentos da vida anterior. Essa distonia vibratória tenderia a reaparecer, guardando identidade cronológica entre as reencarnações. Os flashs impressionam os neurônios sensitivos do SNC (sistema nervoso central) e estes desencadeariam os sintomas psíquicos via neurotransmissores cerebrais.
As torturas sofridas durante longos períodos nas regiões de penumbra do além (umbral), poderiam criar raízes de tormentos no perispírito que, alcançando o cérebro físico na reencarnação seguinte, facultariam o surgimento das fobias múltiplas, depressão e tantas outras síndromes de angústias íntimas.
Cabe recordar que o processo terapêutico advém da força espiritual do prisioneiro da depressão, quando canalizada de maneira correta, sobre os alicerces da educação do pensamento e da disciplina salutar dos hábitos. É um embate sem tréguas, porém o esforço para levá-la a termo construirá bases morais sólidas, naquele que se predispõe a realizar.
Jesus, o Psicoterapeuta por excelência, nos enviou como legado um dos maiores tratados de psicologia da História: a Codificação Espírita, cujos preceitos traz à memória humana a certeza de que apesar dos açoites aparentemente destruidores do destino, o homem precisa conservar-se de pé, denodadamente, marchando, firme, ao encontro dos supremos objetivos da vida, arrostando os obstáculos como um instrumental necessário que Deus envia às suas criaturas. É um distúrbio associado à ocorrência da alteração de substâncias como a serotonina, noradrenalina. , interferona, e dopamina. Quando sua produção ou forma de produção se altera pode gerar a depressão e daí para o suicídio é uma porta escancarada.
O uso dos antidepressivos estabelece a harmonia química cerebral, melhorando o humor do paciente, no entanto, cuidam simplesmente do efeito, pois os medicamentos não curam a depressão em suas intrínsecas causas; apenas restabelecem o trânsito das mensagens neuroniais, melhorando o funcionamento neuroquímico do SNC (sistema nervoso central). Se os médicos são malsucedidos, tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo, sem tratarem da alma. Isso porque com Jesus os reflexos do passado serão apenas estímulos para nos entregarmos à lida renovadora e profícua em prol das nossas existências porvindouras.
Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br

quinta-feira, 28 de março de 2013

O Sexo é um atributo de Deus no Universo


José Sola
São Paulo


José Sola
As religiões ortodoxas, em especial a religião católica, têm através dos anos criado um tabu a respeito do sexo, atribuindo ao mesmo, uma conotação pecaminosa, entretanto, esta atitude da igreja, não era uma atitude de fé, não aconteceu porque o clero romano acreditasse que o sexo é pecado, foi antes uma atitude política e financeira, pois se os membros da igreja se consorciassem, os bens da mesma teriam que ser divididos com os familiares destes, e com certeza, a igreja não teria o poderio financeiro e político que hoje possui.
E para justificar que o sexo é pecado, apresentam o texto inserido na Gênesis cap. 27, 28, 29 “E Deus criou o homem a sua imagem; a imagem de Deus ele o criou homem e mulher. E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra, e todos os seres vivos que rastejam sobre toda a terra,.... 
Segundo o Gênesis, Deus criou o primeiro casal de homens Adão e Eva, lhes pede que sejam fecundos, que se multipliquem, e encham toda terra, mas que ironia, quando o casal descobre o mecanismo do sexo, o único meio para multiplicarem-se, Deus os expulsa do paraíso, por entender que haviam pecado, e este é um pecado original conforme a igreja, que infelizmente até hoje apresenta este argumento, completamente desprovido de lógica, razão e bom senso. 
Mas era preciso fortalecer na mente de seus adeptos a ideia de que o sexo é um pecado, fortalecer este dogma, pois as finanças assim o pediam, então, lhe apresentaram outro argumento, o de que Jesus não se havia casado, e para solidificar esta ideia, elaboraram o dogma da Imaculada Conceição, dogma este que afirma que Jesus não nasceu pelos processos naturais da genética, foi concebido por Maria, por obra e graça do Espírito Santo, e esta é a concepção dos religiosos ortodoxos a respeito do sexo, como visto a principio, é um pecado original, e para confirmar este pecado, afirmam que Jesus derrogou as leis naturais da vida, não nasceu como fruto de um relacionamento entre José e Maria.
E nós os espíritas, embora hajamos atenuado a nossa concepção de que o sexo é pecado, devido a orientação lógica e racional que recebemos dos espíritos superiores, através da maravilhosa doutrina dos espíritos, ainda trazemos resquícios de quando pertencíamos a essas religiões ortodoxas, ou nesta existência, ou em outras passadas, pois muitos espíritas entendem ainda de que o sexo tenha algo de pecaminoso, embora não defendam mais o celibato. 
Alguns confrades alegam de que não podemos praticar o sexo na noite anterior a uma reunião espiritual, e de que não devemos praticar o sexo após termos saído de uma reunião espiritual, e eu entendo que o único empecilho em praticar-se o sexo antes de uma reunião espiritual, seja o desgaste físico que acontece entre o casal, mas para recompor a nossa energia temos a noite toda, e quanto ao fato de sairmos de uma reunião espiritual, o aconselhamento para que evitemos praticar sexo, é ainda mais absurda, pois depois de havermos saído felizes, repretos de energias divinas, comunmente costumamos passar em uma pizzaria, ou em um restaurante, para nos alimentarmos, esta é uma necessidade física, mas transformamos esta necessidade em um prazer, com o sexo não é diferente.
Ao apresentar estes argumentos, não estou de forma alguma fazendo apologia ao amor livre, e muito menos ao adultério, e menos ainda a infidelidade, pois entendo que o sexo é um patrimônio sagrado que herdamos do Criador, é um mecanismo prioritário da evolução sem este, não reencarnaríamos, não teríamos a oportunidade de revermos o nosso passado, para ser mais explicito, a evolução não existiria, pois a evolução necessita da palingênesia no reino do minério e do vegetal, e da reencarnação no reino animal e humanoide, e o sexo é o mecanismo que possibilita o renascimento aconteça; reporto-me ao sexo praticado por um casal que se ama, se respeita e que vivem um para o outro. 
Conforme Emmanuel, sexo é harmonia e vida no conjunto do universo, esta presente na atração e repulsão dos átomos, já apreendemos através da física que cargas iguais se repelem, cargas diferentes se atraem, fomos informados que um elétron gira em torno do núcleo de um átomo, devido ao elétron estar carregado de eletricidade negativa e os prótons no interior do núcleo de eletricidade positiva, e é esta diferença de potenciação que propicia a atração desses corpúsculos, no reino do minério a força de atração e repulsão, (sexo) esta presente, e para explicitarmos de maneira sintetizada, lembramos que a pedra de imã, atende a regra, polos diferentes se atraem polos iguais se repelem, e esta força de atração esta presente em tudo no universo, pois temos os planetas orbitando em torno de sois, e sois menores orbitando em torno de sóis mais portentosos, atraídos pela força gravitacional, e evidentemente uma outra força que nos escapa ainda a concepção, pois já informamos sobre esta questão, em o texto “Deus não joga dados no universo”, publicado na revista Espiritismo & Ciência.
E quanto ao sexo nas plantas, acontece de forma organizada, em que plantas masculinas e femininas, desenvolvem órgãos apropriados para a fecundação e a reprodução. Havendo uma imensa variedade de espécimes, há também várias formas de fecundação e reprodução das mesmas. Demorar-nos-emos, entretanto, a descrever o processo de reprodução dos musgos e hepáticas, no intento de ilustrar a temática que estamos desenvolvendo, descrever todas se torna cansativo e antiproducente, existe uma vasta literatura de botânica que desenvolve esta matéria com propriedade.
Em determinado momento a planta masculina, forma em seu ápice, estruturas globosas denominadas anterídios, no interior destes anterídios se formam os gametas, que são dotados de dois flagelos e são chamados de anterozoides.
A planta feminina por sua vez, também forma seu ápice, o arquegônio, no interior deste arquegônio está o gameta feminino, a oosfera.
Por ocasião de uma chuva ou garoa, os anterídios liberam os anterozoides até as proximidades dos arquegônios, os anterozoides que são flagelados (dotados de movimento), nadam até o arquegônio e atingem a oosfera, ocorrendo à fecundação.
Estas plantas que produzem gametas são chamadas de gametófitos, e, a célula resultante da fecundação é o zigoto, que é chamado de diploide (2n), este zigoto encontra-se no gametófito feminino e desenvolve-se formando uma plantinha diminuta, que é dependente do gametófito.
Esta plantinha se chama esporófito e é diploide (2n) este esporófito alonga-se e forma, na extremidade, uma cápsula, e, é no interior dessa cápsula que ocorre a meiose e as células resultantes da meiose são os esporos (n), estes esporos liberados, são carregados pelo vento, caem sobre um substrato adequado, onde germinam, formando o protonema, que originará novos gametófitos (n), fechando-se o ciclo.
Este processo de fecundação e reprodução se faz, da parte dos musgos e hepáticas, sexuadas e assexuadas, chamados de hermafroditas.
O processo de reprodução das plantas varia de conformidade com os espécimes; temos as algas verdes, que podem ser sexuadas ou assexuadas, os ficomicetos (fungos); que também podem ser sexuados ou assexuados; os pinheiros, que desenvolvem suas sementes sobre cones ou pinhas e não estão localizadas no interior do fruto, este processo de reprodução se chama gimnosperma.
Temos ainda as angiospermas, que tem como órgão de reprodução a flor, nela estão presentes os gametófitos masculinos e femininos.
Como resultado da fecundação, surgem as sementes encerradas no interior dos frutos, que tem importância fundamental, no processo de disseminação dessas mesmas sementes.
Tanto as abelhas, como outros insetos, exercem um papel de importância fundamental no processo de fecundação e reprodução das angiospermas, quando transportam os grãos de pólen que são os gametófitos masculinos, depositando-os no pistilo, que é constituído por uma região basal dilatada, o ovário. 
Como visto, no reino vegetal, o sexo já se manifesta através de órgãos apropriados, e, em muitas plantas com muita similitude ao processo de fecundação animal.

No reino animal, o sexo se manifesta através da cópula, por processos que não diferem muito do sexo praticado pelos seres humanos, embora os métodos do relacionamento entre estes, sejam mais primitivos, obedientes ao instinto, atendendo a necessidade da reprodução, mas não podemos ignorar de que o prazer é o elo de atração, que começa a desenvolver-se já no reino animal, assim como sucede a inteligência, ao amor, e outros atributos que herdamos de Deus. 
Os animais machos são dotados de testículos e pênis, as fêmeas, de vagina, útero e ovários.
O processo de fecundação e reprodução da espécie se demora obediente às leis da genética, tal acontece com os humanos. 
Seguindo o curso de maturação e desenvolvimento, o sexo, atinge no reino animal a sua individualidade.
Após haver-se demorado por muitos bilênios maturando-se, o sexo que se demorou no animal irracional, guiado pelo instinto, aprimora-se no homem (animal racional), regido agora por uma consciência, que haverá de conduzi-lo, de encontro à sublimação.
Seja no homem, ou no animal, o sexo é força determinante, de atração e reprodução da espécie.
A natureza propicia os elementos e meios de atração dos seres, através da beleza e do vigor, e no reino animal o instinto, no humanoide a afinidade, o que faz do sexo, não apenas um meio de reprodução, mas também uma condição de prazer no complemento da felicidade.
Os órgãos genitais dos homens diferem dos órgãos genitais dos animais, no que concerne às aparências, no entanto, as funções se equivalem, embora mais desenvoltas e aprimoradas nos homens. Quanto à fecundação e a genética, embora haja diferença de tempo no período de gestação, o princípio, tanto quanto, o processo, se equivalem, sendo que a natureza prodiga e amorosa, facilita o processo da genética aos nossos irmãos irracionais, pois estes ainda não desenvolveram a inteligência o suficiente, para fazerem uso da racionalidade, e participarem do processo do renascimento.
Os órgãos genitais femininos são: os ovários, o útero, as trompas de falópio, a vagina, vulva e mamas.
Os órgãos genitais masculinos são: os testículos, as vias espermáticas, as glândulas bulbouretrais e o pênis que é o órgão de contato.
A fecundação do ser humano acontece quando, no momento da cópula o homem ejacula na mulher de 2 a 5cm3 de esperma, que contem aproximadamente 150 milhões de espermatozoides.
Estes espermatozoides, ejaculados na vagina, no lago seminal e, alguns diretamente no canal do útero, procuram sair do inóspito meio ácido da vagina, transpondo o canal servical e penetrando no útero.
Movimentam-se pelos líquidos da parede uterina até a entrada da trompa, atravessam-na, quase toda e vão interceptar o óvulo no terço externo do conduto, para fecundá-lo.
Este óvulo que vai ser fecundado pelo espermatozoide, foi liberado pelo ovário, depois de ter amadurecido no folículo de Graal, sendo então recolhido pela trompa de Falópio.
A partir do momento em que o espermatozoide penetra o óvulo através da zona pelúcida, inicia-se a fecundação.
A partir de então, principia-se a duplicação das células, no percurso que perfaz de retorno ao útero, transformando-se em uma mórula.
Esta mórula transforma-se num blasto cisto (blasto, que vai gerar alguma coisa; cisto, cavidade), depois em trofoblasto, onde passa então a cavar o endométrio, e dará mais tarde origem a placenta. 
O blasto cisto, finalmente faz contato com o endométrio, perfurando-o, até cavar nele um verdadeiro ninho, onde se migra para formar o embrião, que toma esse nome, três semanas após a fecundação do óvulo, transformando-se em feto, após dois meses de gestação e, a partir de então o milagre da vida acontece.
Como visto o sexo, é o elo que permite que a vida se manifeste em sua plenitude, maturando-se como espírito e matéria.
Sexo, é a energia que insufla o Universo de vigor e vida, é o mecanismo que propicia a maturação da mesma, é a expansão dos atributos que trazemos em potenciação no núcleo da alma, como um eterno vir a ser, é o fogo que alimenta acesa a chama da evolução, pois sem esta chama que se manifesta em forma de atração, não aconteceria a reprodução da espécie.
O sexo na sua acepção ampla está estreitamente relacionado ao amor, está associado a este, podemos mesmo afirmar que amor e sexo se manifestam em simbiose, pois o sexo não se delimita a relação física das almas, sexo é permuta de sentimentos, é troca de energias, é fusão de vidas a caminho da sublimação.
Entretanto alguns confrades, extrapolando de forma equivocada a questão 200 do “Livro dos Espíritos”, a celebre  pergunta apresentada por Kardec ao Espírito da Verdade; Os espíritos tem sexo?”E este lhe respondeu:” Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos.
E nossos queridos confrades, entenderam que Kardec afirmou que o espírito não tem sexo, entretanto não como o entendeis, esta muito mais para sim do que para não, pois se o espírito não tivesse sexo, a reposta correta seria não, pois como é que poderemos entender algo que não exista, e nos esclarece mesmo, existir entre os espíritos, amor e simpatia, baseados na afinidade de sentimentos, e o espírito da verdade, não nos diz, afinidade de pensamentos, de ideais, mas de sentimentos.
E mais, pois nos atendo a luz da lógica e da razão, se acreditarmos que o corpo de matéria tem a propriedade de gerar o sexo, teremos que concordar com os ateístas quando afirmam que a inteligência é um atributo do cérebro, pois se a matéria pode gerar o sexo; porque não a inteligência?
E mais, o sexo é uma força, uma energia divina, que antecede a matéria, pois nós apreendemos com a física, que o hidrogênio é o pai da matéria, é o menor átomo na escala de peso atômico, e como retro apresentado, o átomo em sua constituição intima se demora obediente a lei de atração e repulsão, ou seja, cargas de sinais iguais se repelem, cargas opostas se atraem, falamos da atração do elétron e do próton por possuírem cargas elétricas diferenciadas, e lembramos que um átomo de hidrogênio, é composto apenas de um elétron e um próton, este é um átomo de hidrogênio simples, pois temos os isótopos que são átomos de hidrogênio compostos, estes possuem um próton e um nêutron e seu núcleo, sendo que este nêutron é desnecessário por não haverem dois prótons no núcleo do átomo de hidrogênio.
Os demais átomos a seguir, hélio, berílio, etc. possuem em seu núcleo, a mesma quantidade de prótons e de neutros, pois os neutros tem a finalidade de permitir aconteça a transferência de cargas, pois como o sabemos, os prótons são corpúsculos carregados de eletricidade positiva, e não houvessem os neutros, estes estariam se repelindo por possuírem cargas iguais, como visto o sexo antecede a formação da matéria; como explicar a possibilidade de ser o sexo um atributo da matéria? Acreditar nesta possibilidade é o mesmo que acreditar que o efeito antecede a causa, o que é impossível.
O sexo é um atributo de Deus, como o são a inteligência e o amor, não é uma energia resultante da mutação de outra energia, como é o caso do ódio, pois o ódio nós sabemos ser á adulteração do amor na sua condição embrionária; as paixões incompreendidas, a ambição frustrada, se transformam em ódio, e esses sentimentos, são uma modalidade elementar do amor, entretanto o sexo esta contido em Deus, é uma manifestação do Mesmo na vida, é essência do Criador. 
Essa concepção nos leva a concluir que o sexo não se extingue com a evolução do ser ao infinito na eternidade, tanto quanto não se dissolve o amor, pois conforme nos orienta a doutrina espírita, o amor é eterno, e esta é a lógica, pois se Deus é eterno, temos que concluir que seus atributos também o sejam, não dá para aceitarmos a hipótese de que uma manifestação qualquer de Deus, seja perecível, crer nesta possibilidade é crer no panteísmo, em que nossos irmãos budistas, acreditam que depois da morte do corpo, perdemos a nossa individualidade, e voltamos a fazer parte de Deus, como se jogássemos uma caneca de água doce no oceano, esta água doce, se misturaria a água salgada e perderia a sua essência, jamais a encontraríamos.
E nós centelhas divinas do criador, conforme nos informa Kardec em o “Livro dos Espíritos”, herdamos de Deus seus atributos divinos para a eternidade, pois aceitarmos como aceitam alguns confrades, que o amor e o sexo se extinguem com a evolução do ser na eternidade, é ilógico, se esses dois atributos forem suscetíveis de extinção na evolução do ser, a inteligência assim como outros atributos do Eterno, também o são, esta possibilidade, nos leva a concluir que se evoluindo na eternidade, perdemos nossa individualidade, voltamos a fonte de origem Deus, o que não deixa de ser uma crença símile ao panteísmo.
O sexo assim como o amor e a inteligência, são atributos divinos que herdamos do Criador, são inerentes ao espírito, e maturam-se a partir do reino do minério, através da evolução anímica, e assim como o amor e a inteligência vão se desenvolver, e se expandir na eternidade, sem um ápice, em que possamos afirmar que a partir desse momento a expansão evolutiva dessas potenciações haja atingido seu limite evolutivo, pois apreendemos com os grandes espíritos que a evolução é eterna, podemos, fazendo o uso da lógica e da razão, concluir que o sexo é um atributo que o espírito recebe de Deus, e esse atributo lhe pertencerá para a eternidade.
E este raciocínio nos leva a entender de que o espírito tem sexo sim e independente da condição evolutiva que o espírito haja conquistado, pratica o sexo, lógico, não mais vivendo o relacionamento físico, não mais impulsionado pela libido, mas permutando energias vibracionais divinas, vivendo a felicidade de estar junto ao ser amado, completamente distanciados do sexo que praticamos enquanto encarnados, que tem como finalidade primeira a procriação, embora patrocine o prazer como um meio de atração, os espíritos superiores, permutam energias imantadas de um amor divino, energias estas que lhes facultam condições de cocriar nos infinitos departamentos da vida no universo, propiciando-lhes um êxtase infinito, em que a felicidade e o amor, são a resultante dessa permuta divina de valores.
E para que entendamos melhor esta realidade, pois infelizmente nos demoramos ainda oblíquos em nossa visão a respeito da sexualidade, e esta nossa visão distorcida acontece por nos demorarmos vivendo um momento evolutivo em que entendemos como sexo, exclusivamente a copula, ou sendo mais explicito a comunhão dos corpos, e por não havermos ainda suplantado a matéria, e adulteramos as funções divinas desse mecanismo maravilhoso, que nos propicia a evolução do ser na eternidade, é que apresentamos as palavras de Alexandre orientador de Andre Luiz, em seu livro “Os Missionários da Luz: Substituamos as palavras "união sexual" por "União de qualidades" e observaremos que toda a vida universal se baseia nesse divino fenômeno, cuja causa reside no próprio Deus, Pai Criador de todas as coisas e de todos os seres”.
Alguns confrades acreditam que o espírito não tem sexo, que com a evolução o mesmo vai se diluindo, e já vimos que acreditar nessa possibilidade é acreditar no panteísmo, e temos diversos álibis para corroborar que o espírito conserva a sexualidade, uma delas é Jesus, pois embora Ele não haja praticado o sexo quando de sua estadia na terra, conservou sua configuração masculina, tanto quanto seu comportamento psicológico masculino, pois era austero, enérgico quando necessário, embora fosse dócil e amoroso, a menos que acreditemos que a sua conduta masculina foi moldada pelo corpo de matéria, entretanto, temos que convir, que se o corpo físico tivesse condições para moldar-lhe as características masculinas, teria também condições para desenvolver-lhe outras manifestações psíquicas, e alterar-lhe a missão, pois seu Espírito estaria subordinado a matéria.
E não podemos nos esquecer de que a própria configuração masculina e feminina que o espírito conserva depois de desencarnado, mesmo havendo se libertado das influencias da matéria, e esteja a viver uma evolução maior, é uma definição de sexo, e esta configuração permanece independente da evolução que haja adquirido o espírito, e outro fator preponderante é o pudor que os espíritos conservam na espiritualidade, pois não sabemos por informações dos espíritos superiores, que depois de haver conquistado uma evolução maior, os espíritos andem despidos, - como no-lo pintam os católicos, em que os anjos, permanecem nus, ou seminus - pelo contrario, temos informações de que as mulheres usam vestidos longos, que lhes cobre todo o corpo, e me parece que esse pudor é uma modalidade de manifestação do sexo, pois não houvesse qualquer preocupação a esse respeito, e com todo respeito os espíritos não cobririam suas partes intimas, pois não haveria motivos para isto.
Mas essa nossa apreciação ao sexo, se demora distorcida, e não apenas no conceito das religiões ortodoxas, mas também para muitos espíritas, por não entenderem que não existe o sexo masculino e o feminino, existe uma sexualidade única, que contem as duas modalidades diferenciadas de ser do sexo, masculino e feminino, e esta possibilidade é confirmada pelo inconformismo em se demoram os hermafroditas, que insatisfeitos procuram a cirurgia, no intento de adaptar seus órgãos sexuais ao momento psicológico em que se demoram, tampouco existiriam os homossexuais, isto só é possível acontecer porque o eu eterno trás intrínseco em seu ser, as duas modalidades de ser do sexo, e no momento evolutivo em que nos demoramos, por não havermos ainda conquistado o equilíbrio perante a vida, é que essa dualidade acontece.
E pelo fato de ignorarmos essa realidade divina, é que encontramos ainda, alguns machistas, e feministas, disputando a possibilidade de Deus ser masculino, ou feminino, entretanto Este, não se demora vivendo a modalidade de ser masculino ou feminino, Ele manifesta o sexo, como manifesta a inteligência e o amor, não existem manifestações diferenciadas do amor exteriorizado por Deus, o Criador não manifesta o amor de mãe, de pai, de esposos, de filhos de forma diferenciada, Ele exterioriza o amor como uma essência única, essência esta que responde as infinitas modalidades de ser do amor no momento evolutivo em que este ser se demore, e o mesmo acontece com o sexo.
Para sermos mais explícitos, e nos fazermos melhor entendidos, lembramos que a inteligência, o amor, o sexo e infinitos atributos que de Deus se manifesta na vida, estão contidos na substância, plasma divino do Criador e se manifestam ora no campo da energia, ora no campo da matéria, até o momento em que inicia na evolução anímica sua caminhada em busca da individualidade, maturando e expandindo-se eternamente, sem limites, encerrando o objetivo único de evoluir na eternidade.   
Afirmamos constantemente que Deus é absoluto, mas infelizmente não conseguimos entender ainda, o que seja esse absoluto em que Deus se demora, sim Deus esta no absoluto, pois Ele envolve todos os fenômenos que se manifestam no universo, ou melhor, é Ele os infinitos fenômenos que se manifestam na vida do universo, Ele é a vida, em outras palavras, todos os fenômenos, todas as manifestações que acontecem na vida, estão contidas em Deus como um eterno vir a ser, desde a eternidade e para a eternidade, no universo nada se cria, tudo se modifica e se transforma, nada se subtrai e tampouco se adiciona a vida do mesmo, se isto acontecesse, Deus seria mutável, e nós sabemos com Kardec que a imutabilidade, é um dos atributos do eterno, e esta concepção que apresentamos do Criador, nos leva a concluir de que os fenômenos infinitos que já apreciamos, e infinitos outros que se demoram como ignoto, no momento evolutivo em que nos demoramos, estão contidos em Deus, e que embora nossa evolução aconteça ao infinito, e na eternidade, seremos sempre um ponto observando outros pontos do universo, que nos demoraremos eternamente mergulhados nesse oceano de vida e esplendores, absorvendo a essência suprema dessa vida, entretanto, nos demoraremos eternamente no relativo, pois como apreciado em nossos estudos, observando ainda,  a resposta do espírito da verdade a Kardec, nossa vida, é uma centelha divina do Criador, centelha esta que se matura ao infinito, na eternidade, exteriorizando nossas potenciações infinitas de amor vida e luz.
Uma vez que chegamos a conclusão, de que Deus esta no absoluto, que a vida, desde a eternidade, e para toda a eternidade, se manifesta completa, absoluta no universo infinito, somos levados a crer, que existam infinitas modalidades de ser do universo, a estas modalidades de ser do mesmo, nós denominamos dimensões vibracionais , e com certeza o universo para propiciar mecanismos apropriados a evolução do ser , nos apresenta modalidades diferenciadas em seu contexto absoluto, pois estas modalidades de ser do universo que apreciamos, como estático, dinâmico, e mecânico, atendem a evolução do espírito por um período da eternidade, entretanto, chega um momento nesta eternidade, que o espírito se satura dessas experiências, e necessita de novos meios para sequenciar sua evolução, e então passamos a habitar dimensões mais sutis, mais rarefeitas, mais complexas, numa dimensão vibracional, que atenda a nossa necessidade evolutiva, entretanto, as infinitas  modalidades de ser do universo, não são outros universos, ou seja, não são universos paralelos, pois o universo é infinito, é eterno, é único, as diferentes dimensões do universo, coexistem ocupando o mesmo espaço tempo, contidas em Deus, num absoluto, que por hora a nossa capacidade conceptiva, ainda não consegue assimilar, pois essas infinitas dimensões vibracionais, são para nós, um ignoto, um eterno vir a ser, mas que para Deus, são, simplesmente a manifestação de Sua  Vida. ( Ver na Espiritismo & Ciência  Edição especial, n. 60, a publicação do tema, Deus é absoluto no universo)
Para uma grande maioria de espíritas, esta premissa fica difícil de aceitar, primeiro pelo fato de nos retermos num imediatismo absoluto, e por termos medo de raciocinar quanto ao ignoto que nos aguarda, e ainda, pela dificuldade em que nos demoramos em entender a possibilidade de existirem elementos de vibrações diferenciadas, ocupando o mesmo espaço, duvida esta que não deveria mais existir para os espíritas, pois o homem é em sua constituição uma realidade do que estamos aqui apresentando, sabemos que o homem se manifesta na vida, primeiro como espírito, ou seja, o eu inteligente, eu diretor da matéria, o perispirito, que é o corpo energético, que permite a associação das células ao espírito, e o corpo material, que permite ao espírito materialize seus pensamentos, permitindo-lhe intervir na matéria, e não nos resta nenhuma duvida de que somos a manifestação de elementos acontecendo em três modalidades diferentes de ser ocupando o mesmo espaço, e embora se demorem em simbiose, os corpos que constituem o homem, permanecem distintos em sua dimensão vibracional, não perdem sua individualidade característica, se demoram definidos, individualizados em seu momento de ser.
Então para concluirmos este tema, lembramos que o sexo é sem duvida alguma um atributo de Deus na vida, não se demora no acanhado âmbito em que o concebemos, por nos demorarmos ainda num momento evolutivo que não nos permite apreciar este fenômeno em sua amplitude maior, entretanto, como o mesmo é manifestação de Deus na vida, jamais iremos concebê-lo em definitivo, pois nos demoraremos sempre no relativo, à evolução vai ao infinito na eternidade, só Deus se demora no absoluto, pois Ele é a vida do universo, em toda a sua plenitude beleza e esplendor.

quarta-feira, 27 de março de 2013

"A TERCEIRA REVELAÇÃO SIMBOLIZA" PUBLICADO NO BOLETIM PÃO NOSSO




A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a Terceira Revelação da Lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.
É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecidos esse mundo e a sorte que os espera.(1) Sabemos que a Lei de Deus foi expressa no Sinai a Moisés, as Lições de Jesus em Israel e a Terceira Revelação a Allan Kardec na França de 1857. Cada uma dessas revelações foi a expansão das idéias apresentadas anteriormente, obedecendo a inequívoca lei do progresso. Obviamente toda Revelação tem por característica a Verdade. Se for desmentida por fatos, deixa de ter origem Divina, pois Deus não se engana nem mente.Observemos que com Moisés temos o impacto da força e do temor, para arrancar os homens da idolatria (bezerro de ouro) e da submissão ao paganismo.
Com Jesus temos o exercício da fé e do amor, para livrar o homem do aguilhão dos formalismos, da tradição, inspirando-o à prática da fraternidade. Com os Espíritos concretiza-se o emprego da verdade, que ilumina a fé pelo raciocínio, para que o espírito humano possa amar compreendendo sua transcendência. O homem já não deve temer, nem apenas crer e amar, mas também e, sobretudo saber para que crê e porque ama.Uma importante revelação se cumpre na época atual: a que nos mostra a possibilidade de se comunicar com os seres do mundo espiritual, pela mediunidade.
Esse conhecimento não é novo, sem dúvida; mas permaneceu, até os nossos dias, de certa forma, no estado de letra morta, quer dizer, sem proveito para a Humanidade. (2)O mestre Lionês explica que o Cristo, tomando da lei antiga o que era eterno e divino, e rejeitando o que não era senão transitório, puramente disciplinar e de concepção humana [leis mosaicas], acrescentou a revelação da vida futura, a das penas e recompensas que esperam o homem depois da morte. Dando-nos a conhecer o mundo invisível, as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam e em conseqüência, o destino do homem depois da morte. A idéia vaga da vida futura acrescenta a revelação do mundo invisível que nos cerca e povoa o espaço, e, com isto, fixa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade no pensamento. (3)
Um dos pontos altos da Terceira Revelação é a lei das vidas sucessivas, objetivando demonstrar que o Espírito não encarna uma só vez, mas, tantas e quantas forem necessárias a fim de se tornar um Espírito perfeito e portador das mais nobres qualidades morais e espirituais. A reencarnação, cujo princípio o Cristo colocou no Evangelho, mas sem definí-lo, é, sem dúvida, uma das leis mais importantes reveladas (relembradas) pelo Espiritismo, no sentido de que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso.
A Terceira Revelação, bem longe de negar ou de destruir o Evangelho, vem ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza que revela, tudo o que o Cristo disse e fez; traz a luz sobre o ponto obscuro dos seus ensinamentos, de tal sorte que aqueles para quem certas partes do Evangelho eram ininteligíveis, ou pareciam inadmissíveis, as compreendem sem esforço, com a ajuda do Espiritismo, e as admitem, vêem melhor a sua importância e podem separar a realidade da alegoria. Não resta dúvida de que, os Evangelhos têm sido entendidos, ao longo dos séculos, precipuamente em sua feição literal; mas, com a Revelação dos Espíritos, a interpretação literal, tendo em vista o estádio evolutivo das gerações, de há muito não prevalece. O Espiritismo - Terceira Revelação -, com suas raízes mais profundas fincadas no Evangelho do Cristo, não deixa de apresentar-se como doutrina essencialmente dinâmica, evolutiva. (4)Para André Luiz a Terceira Revelação entroniza a certeza que a mediunidade atual é, essencialmente, a profecia das religiões de todos os tempos. Com a diferença de que a mediunidade hoje é uma concessão do Senhor à Humanidade em geral, considerando-se a madureza do entendimento humano, à frente da vida. (5)
A mediunidade em si não é coisa recente, a diferença atualmente dela é tão-somente a forma de mobilização, porque a liderança religiosa de várias procedências jaz, há muitos séculos, engessado no estéril culto exterior, espetaculizando indebitamente o conjunto das revelações metafísicas.Sobretudo a religião Cristã de várias denominações, que deveria ser a mais consistente e a mais simples das propostas de fé, há vários séculos se embutiu no superficialismo dos templos de pedra. Era mister, transferir-lhes os princípios, a benefício do mundo que, cientificamente, hoje se banha no clarão de nova era. (6)
Motivo pelo qual, pela Terceira Revelação, o Senhor da Vida deliberou que a mediunidade fosse trazida do colégio sacerdotal à praça pública, a fim de que a noção da eternidade, através da sobrevivência da alma, desperte a mente narcotizada do povo.O próprio Cristo, Instrumento de Deus por excelência, se utilizou da mediunidade para acender a luz da sua Doutrina de Amor. Seja aliviando as dores de enfermos e asserenando os que estavam sob o impacto da aflição, e não raro, comunicou-se com os desencarnados, alguns dos quais Espíritos sofredores a subjugarem obsedados de diversas gradações. E, além de surgir em colóquio com Moisés materializado no Tabor, Ele mesmo é o grande ressuscitado, legando aos homens o sepulcro vazio. (7)
A Terceira Revelação, sem quaisquer arrogâncias, simbolicamente, é Jesus que retorna ao mundo, instando-nos ao crescimento espiritual. À Revelação Espírita deveremos, acima de tudo, a luz para vencer os tenebrosos enigmas da desencarnação, a fim de que nos consorciemos, afinal, com as legítimas noções da consciência cósmica. E como ressalta André Luiz: será pouco revelar a excelsitude da Justiça? Será desprezível descortinar a vida em suas ilimitadas facetas de evolução e eternidade?(8)
Portanto, através da Terceira Revelação observaremos embevecidamente, dos cimos da consciência de realidade, os estreitos compartimentos das cogitações terrenas, compreendendo racionalmente, por fim, que o esplendor reservado ao homem é excelso e infinito, no Reino Divino do Universo.Com a certeza na vida futura que o Espiritismo comprova de modo tão claro, o homem adquire força para seguir sua caminhada, certo de que um dia esse Deus interno que existe dentro de nós resplenderá inteiramente e ofuscará de vez o homem velho que ainda faz morada em nossa alma.



Referências bibliográficas::
1- Kardec, Alan. Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed. FEB,2003, Cap I
2- Kardec, Alan. A Gênese, RJ: Ed. FEB,2001, Cap I
3- Idem
4- Artigo de Juvanir Borges de Souza, publicado em Reformador - abril de 1977
5- Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, RJ: Ed FEB, 1999, Cap "Apontamentos à Margem"
6- Idem
7- Idem ibidem
8- Idem ibidem

CRIANÇAS NA ERRATICIDADE


Por Maria das Graças Cabral

O tema do presente artigo adveio do questionamento feito por um leitor do blog Um Olhar Espírita, quando indagou se seria possível a existência de crianças na erraticidade, posto que, no grupo espírita que frequenta muito comumente elas se apresentam nas reuniões mediúnicas desenhando flores.

Para alcançarmos o entendimento do assunto em pauta, precisamos pontuar e analisar alguns aspectos propostos em O Livro dos Espíritos. Inicialmente trataremos de “perispírito”. Asseveram os Mestres da Espiritualidade, que o Espírito é envolvido por uma substância vaporosa, denominada por Kardec de “perispírito”, que é retirado do “fluido universal de cada globo”.

Pode-se atribuir ao perispírito duas finalidades. Lembrando que ainda estamos longe de conhecer todos os seus atributos. Dizem-nos os Espíritos da Codificação, que na condição de encarnado, ele serve de liame entre o Espírito e o corpo material.

Já para o desencarnado, o perispírito funciona como o envoltório semi-material, que toma a forma ao “arbítrio” do Espírito. Portanto, afirmam os Mestres Espirituais que é através do perispírito que aquele “aparece algumas vezes, seja nos sonhos, seja no estado de vigília, podendo tomar uma forma visível e mesmo palpável”. (O Livro dos Espíritos, questão 95)

Importante tais elucidações, para clarificar que o Espírito se apresentará tomando a forma a seu alvedrio, objetivando ser reconhecido por aqueles que o conheceram sob tal roupagem, ou para atender outras questões de seu interesse. Entretanto, comumente será visto sob a forma e identidade de sua última encarnação.

Senão vejamos o questionamento feito por Kardec a respeito: - “Como a alma constata a sua individualidade, se não tem mais o corpo material”. Respondem os Espíritos que através do perispírito representará a aparência da sua última encarnação. (O Livro dos Espíritos, pergunta 150-a) (grifos nosso)

No que tange a volta ao mundo espiritual, oportuno ressaltar que a consciência de si mesmo e de sua condição espiritual não se faz de pronto. Daí, grande parte dos Espíritos vivenciam o chamado “estado de perturbação”. Asseveram os Espíritos da Codificação, que tal estado varia de acordo com o grau evolutivo do desencarnado. “Aquele que já está depurado se reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea enquanto o homem carnal, cuja consciência não é pura, conserva por muito tempo mais a impressão da matéria”. (O Livro dos Espíritos, p.164)

Pode-se inferir de tal assertiva, que as pessoas mais espiritualizadas, esclarecidas, moralizadas, se desvincularão mais rapidamente do corpo físico e das questões próprias da vida material, tomando consciência de si mesmas, e da realidade espiritual que as envolve.

Em contrapartida, a grande parte dos que vivem às voltas apenas com as questões próprias da vida material, levará um tempo considerável para se libertar das sensações e impressões do corpo físico, como das questões cotidianas que dizem respeito ao mundo dos encarnados.

Ao tratar do “retorno à vida espiritual”, Kardec indaga na questão 149 de O Livro dos Espíritos, em que se transforma a alma no instante da morte. Respondem os Espíritos Superiores que “volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos que ela havia deixado temporariamente”. Argui então o Codificador na questão 150 da referida obra, se “a alma conserva a sua individualidade após a morte”, ao que os Mestres respondem que o Espírito não a perde jamais.

Portanto, pelo desenvolver das ideias, fica claro que é através do perispírito que o Espírito tomará a forma que lhe convém, buscando retratar a sua individualidade. Entretanto, a consciência de si mesmo e de sua condição de desencarnado vai depender do tempo de duração do seu estado de perturbação, que por sua vez dependerá de uma maior ou menor ligação com a vida material. Esse é um preceito geral aplicável a todos os Espíritos que desencarnam no planeta Terra.

Depois da regra geral apresentada, vamos adequá-la aos indivíduos que desencarnam na infância. A esse respeito, vale ressaltar que tais crianças poderão ser Espíritos com muito mais experiência do que os adultos que ficaram no plano físico.

Aliás, asseveram os Mestres da Espiritualidade que tal evento é bastante comum, e que “a duração da vida da criança pode ser, para o seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do tempo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais”. (O Livro dos Espíritos, perguntas 197/199)

Faz-se por oportuno observar que o Espírito que desencarna criança, não é um “Espírito criança”. Já tem uma longa bagagem de experiências a ponto de já encarnar em um corpo de grande complexidade, que é o caso do corpo humano. Portanto, como dito anteriormente, pode até ser um Espírito muito mais experiente e evoluído do que os pais.

Adiante questiona Kardec em que se transforma o Espírito de uma criança morta em tenra idade. Aliás, particularmente nos países subdesenvolvidos, é grande número de crianças que vivem poucas horas, dias, meses ou alguns anos, vindo precocemente a desencarnar pelas mais diversas causas. Ao que respondem os Espíritos: - “Recomeçar uma nova existência”. Ou seja, serão preparados para uma nova encarnação. (O Livro dos Espíritos, pergunta 199-a)

Por fim, o Codificador indaga: - “Com a morte da criança o Espírito retoma imediatamente o seu vigor primitivo”? Respondem os Mestres Espirituais: – “Assim deve ser, pois que está desembaraçado do seu envoltório carnal; entretanto, ele não retorna a sua lucidez primitiva enquanto a separação não estiver completa, ou seja, enquanto não desaparecer toda a ligação entre o Espírito e o corpo”. (O Livro dos Espíritos, pergunta 381) (grifos nosso)

Observa-se, portanto, que a forma infantil de se apresentar, se deve ao estado de perturbação. Ou seja, é a forte ligação com o corpo material, que não permite ao Espírito identificar-se no “vigor primitivo” como dizia Kardec.

Diante do exposto, pode-se concluir que passado o estado de perturbação, onde o Espírito tomará consciência de si mesmo e de sua condição espiritual, não haverá porque se fazer representar tomando a forma infantil.

Não obstante, vale pontuar algumas hipóteses. Um Espírito evoluído que passou por um breve período de perturbação ao desencarnar, poderá tomar a forma de criança para confortar e ser reconhecido pelos pais, familiares ou amigos encarnados que sofrem a saudade de sua partida precoce.

Muito comumente, pais que perderam filhos a mais de vinte, trinta anos, relatam que viram, sonharam, falaram com suas crianças que se mostravam com a mesma aparência que tinham ao desencarnar. Nesse caso, pode-se entender que tais Espíritos, caso não mais estejam em estado de perturbação, procurassem retratar a forma infantil para serem reconhecidos por genitores e/ou familiares.

Mas, e as crianças que comparecem às reuniões mediúnicas espíritas, ou são vistas transitando por casas, ruas, hospitais, templos, etc.? Já sabemos a resposta. São Espíritos em estado de perturbação, ainda fortemente ligados ao corpo material, sem consciência de si e de sua condição de desencarnado.

Não obstante, pode-se considerar uma nova hipótese. Somos sabedores que em razão da plasticidade do perispírito, e da capacidade que tem o Espírito de moldá-lo ao seu arbítrio, Espíritos inferiores, não mais em estado de perturbação, poderão apresentar-se como crianças, objetivando outros interesses. Por que não? É outra possibilidade a se aventar.

E então o que fazer? Orar por todos, conversar mentalmente, e buscar ajudá-los a se perceberem como Espíritos que são. Afinal não existem “Espíritos crianças”, pois o período de infância, adolescência, maturidade e envelhecimento, é uma condição do corpo físico, que obedece a esse processo orgânico de maturação, próprio dos nativos do planeta Terra.

No que concerne ao Espírito, este tem a sua infância espiritual dimensionada pelo grau de inexperiência diante das Leis Universais. A infância espiritual se faz identificar pelo estado de ignorância. Como dizem os Mestres Espirituais todos os Espíritos são criados simples e ignorantes.

Pode-se asseverar que será mediante o processo de evolução moral e intelectual que o Espírito alcançará a maturidade. O corpo físico é apenas um instrumento necessário para o aprendizado no planeta Terra. Morre o corpo infantil, e sobrevive o Espírito imortal e eterno, com toda uma bagagem de aquisições intelectuais e morais, advindas das múltiplas experiências reencarnatórias, e que integram a sua individualidade.

terça-feira, 26 de março de 2013

AS NOVAS MÍDIAS COMO LOCUS PRIVILEGIADO PARA DIVULGAÇÃO ESPIRITA

 Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br
 
  
 
Desde a popularização do rádio - concebido por Marconi em 1895 e difundido em profusão até as décadas de 30 e 40 do século XX; do surgimento da tevê - concebido por John Baird em 1925 e considerando a massificação da Internet, sobretudo a partir da década de 90 (com a criação dos sistemas de rede web), creditada a Tim Berners Lee, o nível de informação interpessoal alargou assombrosamente. 
O progresso tecnológico com a confecção das pequenas e poderosas fontes de energias (baterias) e da microtecnologia tornou possível o surgimento de múltiplos dispositivos eletrônicos portáteis, dentre eles o “arrebatador” aparelho celular. Com a transformação gradativa do perfil do telespectador por causa do mundo virtual e do aparecimento de internautas, até mesmo a importância da televisão digital, já se encontra  em vias de aniquilamento pela chegada das smartTVs. (1)
Do imbróglio da informática com a telefonia móvel surge o smartphone (2) que consolida a mudança do protótipo de entretenimento praticado por vários anos. O sucesso do smarphone como sustentáculo para o novo modelo de repartição de conteúdos estimulou a concepção de novos aparelhos, múltiplos em suas funções: os tablets, e as smartTVs. Estes aparelhos permitem acesso de formas variadas e a distintos intermediários de intercâmbio interpessoal, caracterizando-se especialmente por suas compactações e fácil transporte.
Há países que detestam a liberdade individual e temem o mundo virtual, por isso adotam controle absurdo  dos expedientes da internet. Por outro lado, há ambiciosos empresários que batalham pelo monopólio da intercessão do acesso aos conteúdos e à posse da mediação das relações interpessoais. Com isso, irrompem-se competições  acirradas  entre navegadores, portais de acesso e os sites de busca. E a mais recente guerra pelo domínio da mediação das relações entre os internautas tem como estratégias fundamentais a oferta de serviços de transferência, armazenagem e administração de correios eletrônicos (e-mails), imagens e vídeos, entre outros; eternizando-se nas chamadas redes sociais.
Sabemos que o intricado ambiente virtual está sendo irradiado através dos computadores das grandes corporações, com quem compartilhamos  nossas experiências internéticas e intimidades (fotos, vídeos, documentos etc.), mas isso não deve ser motivo para pânico, até porque, percebemos com otimismo e esperança o avanço desta nova possibilidade de disseminação das ideias.
Entendemos que muito além das nefastas ideologias castradoras da livre expressão, a tecnologia da informação, visando a “cultura participativa” e a “inteligência coletiva”, proporcionará o despertamento da consciência, facultando a implantação das liberdades democráticas e do pensamento religioso entre os povos.  Alguém duvida disso?
Ao discorrermos sobre a capacidade de persuasão das novas mídias e Internet, somos obrigados a refletir sobre a previsão de Kardec no século XIX, ouçamo-lo: "uma vulgarização em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às localidades mais distantes, o conhecimento das ideias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral."(3)
Na era da cibernética, da robótica  vivemos épocas limítrofes nas quais  toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de relação social ainda pouco consolidados. Vivemos um destes raros momentos em que, a partir de uma nova configuração tecnológica, uma nova relação com a vida física, um novo estilo de humanidade é concebido.
O pessimista e crítico contumaz adverte sobre a exclusão digital, sim! Mas é importante projetar os olhos no futuro. Cremos que no porvir ter acesso à internet em domicílio será tão comum quanto ter uma geladeira, uma televisão ou mesmo um aparelho celular.
O mundo virtual pode eliminar as barreiras materiais e estabelecer a ligação que permite a dispersão do conhecimento com a velocidade do pensamento, que as inovações sejam expostas e discutidas, que exemplos sejam julgados e professados, que resultados sejam comparados e legitimados. Nele permanecemos todos associados, todos em condição de apreciar o que acontece nos quatro cantos do orbe , em tempo real.
Devemos acreditar na força da mensagem virtual como meio prestigioso de publicação espírita. Entendemos que em poucos anos a Internet será a maior via de interação do movimento espírita mundial. Pela WEB os livros de clássicos poderão ser disponibilizados em hipertexto , em versões de consulta simplificada. Relatos específicos deverão ser colecionados e indexados para pesquisa rápida.
Não podemos abrir mão desse espaço cibernético, até porque com a ausência de informações claras da Doutrina Espírita no ciberespaço, fica livre o espaço para que outros tipos de utilização trapaceira sejam espalhadas pela rede. Este é um risco muito maior do que qualquer outro que possa ser assumido através da contínua e incansável publicação do conteúdo espírita na Rede Mundial de Computadores. 
Atualmente pode ser disponibilizada toda literatura espírita nas novas mídias. Ou seja, estamos diante da possibilidade de construirmos e acessarmos instantaneamente a maior biblioteca espírita do Planeta.


Notas e Referência bibliográfica:

(1)    também conhecida como TV conectada ou” TV Hybrida“, é um tipo de codinome usado para descrever a integração da Internet e as características da Web 2.0 com televisores e set-top boxes, assim como a convergência entre computadores com estes televisores e set-up boxes
(2)    Um smartphone pode ser considerado um telefone celular com as funcionalidades de um minicomputador..
(3)    Kardec ,Allan. Obras Póstumas-Projeto 1868, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001

segunda-feira, 25 de março de 2013

A Mediunidade como forma de Evangelização



Margarida Azevedo
Mem Martins, Sintra, Portugal




Resumo da Palestra proferida em 16 de Março na Figueira da Foz
Nota prévia: 

A Organização achou por bem denominar a conferência como espiritualista uma vez que não seria levada a efeito em espaço espírita, mas sim num salão público. Além disso, o auditório seria composto por membros de organizações espíritas e de outras confissões religiosas. Foi o que de facto aconteceu.

Agradecemos o coração grande com que nos receberam, a paz que nos transmitiram e o abraço fraterno com que nos despedimos. Ficou a certeza de um saudoso “até breve”, e votos sinceros de saúde e paz. Muito obrigada a todos.

Ponto de partida:

A descoberta do fogo como ponto de charneira para o aparecimento e desenvolvimento da mediunidade.
Tópicos:

Noções de mediunidade; evangelho; evolução.
Objectivos gerais:

1. Compreender a importância do fogo como meio de humanização.

2. Perceber a importância do fogo como processo desencadeador de mediunidade.

3. Descobrir a Natureza/Evangelho como “boa-nova”.
Objectivos específicos:
1. a) Descobrir o fogo como primeira grande forma de protecção.

b) Relacionar o fogo como impulsionador de disponibilidades mentais.

b) Descobrir a importância do fogo como elemento introspectiva
2. a) Verificar a importância do fogo para o desenvolvimento da capacidade de sonhar. 

b) Descobrir o sonho como “talvez” primeira forma de mediunidade.
3. a) Descobrir as diversas formas de observar a Natureza.

b) Constactar a natureza como permanente fonte de novidade.

c) Transformar a Natureza em fonte de símbolos.


Exposição (sinopse):De todas as descobertas do homem, sem dúvida que a maior e mais marcante foi a descoberta do fogo. Resultado do bipedismo, que libertou as mãos e o rosto, e culminou no aumento das dimensões da caixa craniana, a complexificação do homem foi um sem parar rumo às mais diversas descobertas.

Colocado à entrada da caverna, ou a céu aberto, o fogo afugenta as feras. O homem deixa de temer ser devorado, pois o fogo protege-o. Mas não só, aquece-o e permite-lhe cozinhar. A digestão passa a ser feita, previamente, na confecção dos alimentos que deixam de ser consumidos crus, tornando-se consideravelmente mais fácil. 

Mas não é tudo, o fogo ilumina, isto é, o homem produz a sua própria luz protectora. A noite já não é de vigília por causa das feras, mas de observação espantosa da abóbada celeste. Começa todo um vastíssimo processo introspectivo. O homem irá tirar de si o seu próprio ver. Os olhos passarão a ser instrumentos ao serviço de uma interioridade fantástica.

Segue-se outra descoberta afim, igualmente grandiosa, que perdurará até aos nossos dias: a de uma realidade exuberante, a Natureza, que perde para sempre o seu papel redutor de fonte de alimentação e, portanto, de sobrevivência, bem como de perigo constante, passando a ter função simbólica. 

O fogo permite ainda a construção de tempo, que deixa de ser o dia e a noite na sua natural espontaneidade. A luz prolonga o dia, confere-lhe mais tempo, isto é, o fogo introduz tempo no tempo. Desta forma, ao ter tempo para si, podemos dizer “depois de tantos milénios sem descanso”, finalmente o homem cai num sono profundo e sonha. Daí irão partir todas as descobertas. O sonho tornar-se-á o grande impulsionador das grandes como das pequenas, das aventuras a que chamamos Ciência, Arte, Cultura, Religião, Leis,… 

Mediante a descoberta do fogo, neste vasto quão complexo processo de hominização, inicia-se um outro, paralelo, o processo de humanização que, simultaneamente, coincide com um processo de mediunização.

“Talvez” a primeira forma de mediunidade tenha sido o sonho, talvez, mas de certeza que a primeira forma de evangelho foi a Natureza/Ecologia, isto é, a primeira grande boa-nova. 

A Natureza e a relação ecológica com ela despertam para forças até então desconhecidas. Com o passar dos milénios, tornar-se-á sagrada, o homem sentir-se-á pó do mesmo pó, força da mesma força. De ameaçadora e fonte de alimento tornar-se-á, para sempre, portadora de uma linguagem codificada. O homem ficará reduzido à descoberta dessa mesma linguagem misteriosa. Viver torna-se descodificar.

Assim, este ser, que produziu a sua própria iluminação protectora, reclamará por outra, que não se esgote, e que irá encontrar na volatilidade da sua capacidade de sonhar.

Podemos dizer que a mediunidade nasce do tempo enquanto gerador de disponibilidade para pensar, reflectir, meditar. Ela requer o descanso de quem já não receia ser devorado, simultaneamente a de quem sabe produzir a sua própria defesa.

Com isto, o processo de humanização/mediunização terá como fim o alargamento do sentido sobre todas as coisas. Este, no qual nos encontramos, já requer outros objectivos e outras metodologias. Já não se trata de feras, mas dos nossos próprios pensamentos inconsistentes. O fogo transformou-se em fé, o simbolismo criou oração/adoração, a Natureza tornou-se mãe do homem, filha de Deus.

A mediunidade sonhadora tornou-se vigília, multiplicando-se em inúmeras apresentações; o sonho reconforto e vínculo, qual cordão umbilical, a essa Mãe e a esse Pai. Mediante tal força desconhecida, ainda, criaram-se novos evangelhos, e hoje, mediante o crescimento, ímpar na Criação, das capacidades do homem e das capacidades humanas, somos seguidores de um fantástico Ser, o Cristo, o Ungido, que veio dar testemunho da Fonte Suprema de onde jorra a força da Natureza, de onde provêm os sonhos, de onde o espírito criado é oriundo.

O Evangelho, ou Evangelhos, constitui um manancial inesgotável de regras de conduta. O homem, na sua humanização, anseia por Deus e, por isso, o homem é também boa-nova.

O Evangelho, boa-nova de Deus, é um caminho que nos faz sentir que continuamos a ser esse animal complexo à Sua procura.

A mediunidade na sua duplicidade, biológica, força da Natureza, e ética, cultura, aproxima o homem do divino tornando-o passível de conhecer outras realidades. Como?

1.A oração tem aqui um papel fundamental. Ela é um discurso diferente, com outros sentidos, apesar de utilizar a linguagem mais comum e mais simples. Tem que ser sempre a voz do coração na sua sede de Deus.

2. O comportamento, como socialização e como força apelativa às forças mais nobres da alma.

3. O amor à vida e ao outro, entendido como presença incondicional de Deus dentro de nós.

4. A educação, repelente do irascível, da inveja, do ciúme, da maledicência, da desconfiança.

5. A divinização, a santificação, a beatitude do Espírito como o traje limpo e belo para as núpcias. Ser cristão é ser bem-educado. O cristão tem muita responsabilidade, porque ele é boa-nova.

E tantas outras coisas que tornam a vida espiritual mais livre, ainda que neste mundo. Quem foi capaz de produzir a iluminação protectora com dois paus não criará a sua forma de iluminação repulsora de todas as formas de ferocidade provenientes das baixas falanges?

A mediunidade, nas suas múltiplas apresentações, deve estar ao serviço da vida de cada ser humano enquanto capacidade libertadora. Mas libertadora de quê? De tudo o que seja a repulsa do bem. 

A mediunidade tem que estar ao serviço da santidade, o Evangelho ao serviço da espiritualidade, e o homem tem que estar disponível para ser um servo de Deus.

Bibliografia
CARDOSO, Adelino, PECEGUEIRO José, Temas versus Problemas, Átrio da Filosofia, Edições Asa, Lisboa Editora, Porto, s/d, Vol.1, cap. I, II, pp.10-72.