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sexta-feira, 29 de março de 2013

Jorge Hessen
CONDUTA ESPÍRITA NA DIFUSÃO DOUTRINÁRIA
(Espírito André Luiz, Médium Francisco Cândido Xavier. Livro “Conduta Espírita”)
NA PROPAGANDA
Escudar-se na humildade constante, ao desenvolver qualquer atividade de propaganda doutrinária, evitando alarde, sensacionalismo, demonstrações publicitárias pretenciosas ou métodos de ação suscetíveis de perturbar a tranqüilidade pública.
Incentivar o intercâmbio fraterno entre as pessoas e as organizações doutrinárias, através de cartas e publicações, livros e mensagens, visitas e certames especializados, buscando a unificação das tarefas e o esclarecimento comum.
Usar com prudência ou substituir toda expressão verbal que indique costumes, práticas, idéias políticas, sociais ou religiosas, contrárias ao pensamento espírita, quais sejam sorte, acaso, sobrenatural, milagre e outras, preferindo-se, em qualquer circunstância, o uso da terminologia doutrinária pura.
 NA TRIBUNA
Palestrar com naturalidade, governando as próprias emoções, sem azedume, sem nervosismo e sem momices, fugindo de prelecionar mais que o tempo indicado no horário previsto.
Calar qualquer propósito de destaque, silenciando as exibições de conhecimentos, e ajustar-se à Inspiração Superior, comentando as lições sem fugir ao assunto em pauta, usando simplicidade e precatando-se contra a formação de dúvida nos ouvintes.
Respeitando pessoas e instituições, nos comentários e nas referências, nunca estabelecer paralelos ou confrontos suscetíveis de humilhar ou ferir.
Sustentar a dignidade espírita diante das assembléias, abstendo-se de historietas impróprias ou anedotas reprováveis.
Como Falar Melhor  - prof. Reinaldo Polito
1. Seja você mesmo
Essa é a primeira e maior dica de como falar melhor: a naturalidade acima de tudo. Nenhuma técnica poderá ser mais importante que a sua naturalidade. Aprenda, aperfeiçoe, progrida, mas ao falar, seja sempre natural.

2. Pronuncie bem as palavras
Pronuncie completamente todas as palavras. Principalmente não omita a pronúncia dos "s" e "r" finais e dos "i" intermediários. Por exemplo fale primeiro, janeiro, terceiro, precisar, trazer, levamos, e não, janero, tercero, precisá, trazê, levamo.
Pronunciando todos os sons corretamente, a mensagem será melhor compreendida pelos ouvintes e haverá maior valorização da imagem de quem fala. Faça exercícios para melhorar a dicção lendo qualquer texto com o dedo entre os dentes e procurando falar da forma mais clara possível.
3. Fale com boa intensidade
Se falar muito baixo, as pessoas que estiverem distantes não entenderão suas palavras e deixarão de prestar atenção. Também não deverá falar muito alto porque, além de se cansar rapidamente, poderá irritar os ouvintes. Fale numa altura adequada para cada ambiente. Nunca deixe, entretanto, de falar com entusiasmo e vibração. Se não demonstrar interesse por aquilo que transmite, não conseguirá também interessar sua platéia.

4. Fale com boa velocidade
Não fale rápido demais. Se a sua dicção for deficiente será ainda mais grave, já que dificilmente alguém conseguirá entendê-lo.
Também não fale muito lentamente, com pausas prolongadas, para não entediar os ouvintes.

5. Fale com bom ritmo
Alterne a altura e a velocidade da fala para construir um ritmo agradável de comunicação. Quem se expressa com velocidade e altura constantes acaba por desinteressar os ouvintes, não pela falta de conteúdo, mas pela maneira "descolorida" como se apresenta.
6. Tenha um vocabulário adequado
Um bom vocabulário tem de estar isento do excesso de termos pobres e vulgares, como palavrões e gírias. Por outro lado, não se recomenda um vocabulário repleto de palavras difíceis e quase sempre incompreensíveis. Evite também o vocabulário específico da sua profissão diante de pessoas não familiarizadas com esse tipo de palavreado. Evitando o vocabulário pobre e vulgar, não tendo a preocupação de se expressar com palavras difíceis e reservando o vocabulário profissional dentro da mesma área, você estará desenvolvendo um vocabulário simples, objetivo e suficiente para identificar todas as suas idéias e pensamentos.
7. Cuide da gramática
Um erro gramatical, dependendo da sua gravidade, poderá atrapalhar a apresentação e até mesmo destruir sua imagem. Toda a gramática precisa ser correta, mas principalmente, faça uma revisão de concordância e conjugação de verbos. Muitos hesitam na construção das frases porque têm dúvida sobre a concordância a fazer ou o verbo a conjugar. Além disso, aumente suas leituras de livros de bons autores e observe atentamente a construção das suas frases. A leitura é uma das melhores fontes de aprendizado.
8. Tenha postura correta
Fique sempre bem posicionado. Ao falar, procure não colocar as mãos nos bolsos, nas costas, cruzar os braços, nem se debruce sobre a mesa, cadeira ou tribuna. Deixe os braços naturalmente ao longo do corpo ou acima da linha da cintura e gesticule com moderação. O excesso de gesticulação é mais prejudicial que a falta. Distribua o peso do corpo sobre as duas pernas, evitando o apoio ora sobre uma perna, ora sobre a outra. Essa atitude torna a postura deselegante. Também não fique se movimentando desordenadamente de um lado para o outro e quando estiver parado, não abra demasiadamente as pernas. Só se movimente se pretender se aproximar dos ouvintes ou dar ênfase à determinada informação.
Não relaxe a postura do tronco com os ombros caídos. Poderá passar uma imagem negligente ou de excesso de humildade. Cuidado também para não agir de forma contrária, não levantando demasiadamente a cabeça, nem mantendo rígida a posição do tórax. Poderá passar uma imagem arrogante e prepotente. Deixe o semblante sempre descontraído e, sendo possível, sorridente. Não fale em alegria com a fisionomia fechada, nem em tristeza com a face alegre. Lembre-se sempre que é preciso existir coerência entre o que falamos e o que demonstramos na fisionomia. Ao falar, olhe para todas as pessoas para ter certeza de que estão ouvindo e prestando atenção nas suas palavras. Principalmente ao ler, este cuidado tem de ser redobrado, pois existe sempre a tendência de olhar o tempo todo para o texto, esquecendo a presença de ouvintes.

9. Tenha início, meio e fim
Toda fala, seja numa simples conversa ou numa apresentação para uma grande platéia, precisa ter início, meio e fim.
O início
No início, procure conquistar os ouvintes desarmando suas resistências e conquistando seu interesse e atenção. Para isso, poderá usar algumas das seguintes dicas:
- Conte uma pequena história que tenha estreita relação com o conteúdo da sua mensagem. Histórias normalmente despertam o interesse.
- Elogie sinceramente os ouvintes.
- Use uma frase que provoque impacto.
- Diga que não irá consumir muito tempo.
- Faça uma citação de autor respeitado pelos ouvintes.
- Use um fato bem humorado. Entretanto, evite piadas.
- Levante uma reflexão.
- Demonstre sutilmente que conhece o assunto e possui experiência.
- Aproveite uma circunstância fazendo um comentário sobre alguém presente ou que tenha falado há pouco, ou ainda sobre um acontecimento conhecido dos ouvintes.

No início, você deverá evitar:
- Pedir desculpas por estar com problemas físicos (gripe, resfriado, dor de cabeça, etc.) ou por não estar devidamente preparado para falar.
- Contar piadas.
- Fazer perguntas quando não desejar a resposta.
- Tomar partido sobre assuntos polêmicos.
- Começar com "chavões" ou frases muito usadas. Por exemplo: A união faz a força; Uma andorinha só não faz verão, etc.
- Fazer citações de autores muito polêmicos.
Saiba ainda que o início deverá ser breve, neutro e guardar interdependência com o restante da fala.
O meio
Na primeira parte do meio, prepare o tema a ser abordado:
Conte numa única frase sobre a matéria que irá abordar. Por exemplo: "Vou falar sobre o lazer do homem moderno".
Em seguida, faça um relato histórico do tema ou levante um problema para o qual dará solução.
Finalmente, fale sobre as etapas do assunto que irá desenvolver. Por exemplo: se o tema fosse lazer, as etapas poderiam ser o lazer no campo, o lazer na praia e o lazer no clube.
Na segunda parte, desenvolva o assunto principal atendendo ao que foi preparado. Se fez um relato histórico, agora fale do presente; se levantou um problema, agora dê a solução; se dividiu o tema, agora cumpra as etapas prometidas.
Use comparações, exemplos, estatísticas, testemunhos, enfim tudo que puder para confirmar o conteúdo da sua exposição. Se sentir que alguém poderia fazer alguma objeção às suas afirmações, este é o momento de refutá-la.

O fim
No final, faça uma breve recapitulação. Em apenas uma ou duas frases, faça o resumo do que apresentou. Em seguida, para encerrar, use os mesmos recursos sugeridos para iniciar: elogiar o auditório, fazer uma citação, aproveitar uma circunstância, um fato bem humorado, levantar uma reflexão, etc. Além disso, poderá pedir que ajam de acordo com suas propostas. Não encerre dizendo "era isso que eu tinha para falar" ou outras formas vazias, sem objetividade.

10. Pratique bastante
            Treine bastante e, sempre que puder, aproveite a oportunidade para falar. Não se esqueça também que o bom comunicador deve saber ouvir.

 
DECÁLOGO DO EXPOSITOR ESPÍRITA

Alkíndar de Oliveira

I) O expositor espírita não pode transferir para os mentores espirituais o esforço e o preparo que lhe cabem.

II) O expositor espírita deve, de preferência diariamente, dedicar parte do seu tempo para:
- ler bons livros;
- meditar;
- fazer elaborações mentais;
- tirar conclusões;
- coletar frases e textos que sirvam como futuras fontes de referência, ou de inspirações, às suas palestras.

III) O expositor espírita deve preocupar-se em ter exemplar conduta e esmerar-se por colocar em prática o que prega.

IV) O expositor espírita deve:
- conscientizar-se que mesmo sendo imperfeito e vacilante em relação à sua evolução moral e espiritual, a Doutrina necessita de sua pregação;
- entender que o pouco que está fazendo em prol da Doutrina e da evolução, é muito, considerando-se que foi dado o 1º passo, pois, como disse Emmanuel: "Quando uma centésima parte do Cristianismo de nossos lábios conseguir expressar-se em nossos atos de cada dia, a terra será plenamente libertada do mal”

V) O expositor espírita deve:
- evitar emitir opiniões pessoais contraditórias, sem sustentação doutrinária;
- sempre lembrar-se que a Doutrina tem sua base filosófica e religiosa codificada nos livros de Allan Kardec, os quais - os livros - devem servir como sustentação maior nas suas palestras;
- preocupar-se menos com a letra dos conceitos evangélicos e mais com os conceitos evangélicos da letra.

VI) O expositor espírita deve ter a certeza de que, no momento de sua fala, a ajuda espiritual não lhe faltará e sim, estará intensamente presente e atuante, se fizer a sua parte:
- desenvolvendo sua expressividade e técnicas retóricas;
- estudando e preparando previamente o tema;
- compreendendo a importância do momento, dedicando-se mentalmente à vibrações de amor, paz, humildade e caridade.

VII) Mesmo em conversas pessoais e informais, o expositor espírita deve auto-educar-se, pois, como disse André Luiz: "No estado atual da educação humana, é muito difícil alimentar, por mais de cinco minutos, conversação digna e cristalina, numa assembléia superior a três criaturas encarnadas".

VIII) O expositor espírita deve, quando for ditar normas de conduta, incluir-se como pessoa também necessitada, isto é: em vez de dizer: "Vocês precisam preocupar-se com a evolução moral", dizer: "Nós precisamos preocuparmo-nos com nossa evolução moral".

IX) O expositor espírita deve:
- ser um homem do seu tempo;
- falar com constância, em suas palestras, de Deus, de Jesus e da Doutrina;
- viver intensamente o sublime momento da palestra, agradecendo ao Mestre e aos mentores espirituais pela felicidade de ser humilde instrumento das palavras de Deus.

X) O expositor espírita deve ser simples e humilde, pois, como disse Padre Vieira: "Nada há tão grande como a humildade". E, com humildade e simplicidade, deve sentir-se motivado para proferir contínuas palestras, tendo a certeza da ajuda do Mestre e a convicção de que a rosa perfuma primeiro o vaso que a transporta.

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