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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

GRAVE REFLEXÃO SOBRE ADOÇÃO






Reinaldo Monteiro Macedo (*)



Esta é uma realidade dura que ainda temos no Brasil, 76% (segundo o Cadastro Nacional de Adoção - CNA) é uma cifra que se expressa suficientemente clara. Isso ainda é produto de preconceito, ainda mais se associarmos ao fato de que apenas 3,6% de crianças disponíveis para adoção encontram-se nessa faixa etária e são as mais procuradas para adoção (basta lermos meninas e brancas).
São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas e Paraná são os estados que mais dispõem de crianças e adolescentes para adoção, conforme informação do CNA.
A ONG Aconchego e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançaram até uma campanha com histórias bem-sucedidas de homens e mulheres que acolheram crianças que não se encaixam nesse perfil, mas foram bem-sucedidas.
“Soraya Pereira, presidente da ONG Aconchego, acredita que as famílias estão cada vez mais abertas a adotar crianças com perfil diferente daquele tradicionalmente procurado. Segundo ela, o objetivo da campanha é chamar a atenção para essas crianças esquecidas e levar informações às famílias para desmistificar esse processo. Hoje, as pessoas já conseguem entender que o foco da adoção não é uma criança para uma família, mas uma família para uma criança”.
Com essas informações, já podemos, entretanto, notar que alguns movimentos, visando a adoção de crianças, começam a ser feitos, ainda timidamente, com base na realidade dos números.
Analisando sob a ótica espírita, temos de avaliar os fatos pelo ângulo da moral predominante na população. Sabemos que o amor dedicado a um filho também é uma caridade que fazemos ao próximo, tal como nos recomenda Jesus, além de ser um forte elemento de responsabilidade geradora de evolução espiritual daqueles que tomam essa iniciativa.
Saber que 26.938 famílias restringem suas adoções a essas características (meninas brancas e menores de 3 anos), nos faz refletir quanto ao estágio evolutivo da maioria das pessoas interessadas em adoção em nosso país e, portanto, nos leva a pensar que ainda somos preconceituosos, apesar de sermos um país onde existe um índice expressivo de miscigenação.
Pessoas não são objetos, se a genética humana atingir um determinado grau, começaremos a pensar que haverá casais escolhendo cor dos cabelos, olhos, peso, sexo, estatura e até determinadas características intelectuais herdadas para os seus filhos... e isso é uma continuação do "ter" e não do "ser"...
Aqui nos lembramos que esse ato de amor ainda é mais um paradigma que precisamos vencer, basta nos lembrarmos de um ensinamento de Jesus: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
(*)Reinaldo Monteiro Macedo é aposentado, administrador e analista de sistemas de formação, expositor de estudos e colaborador do Centro Espírita Nair Montez de Castro no Rio de Janeiro/RJ e de algumas outras Casas.

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