.

quarta-feira, 30 de março de 2011

BEZERRA DE MENEZES ADVERTE SOBRE OS "ENXERTOS" PERNICIOSOS



O Espiritismo trouxe, para a Humanidade, uma nova ordem religiosa que precisa ser preservada. Nela, Jesus desponta como excelso e generoso condutor de corações, e o Evangelho brilha como o Sol na sua grandeza mágica. Desde a sua origem, cresce assustadoramente, pelo que nos influencia a moral do Cristo, e ninguém poderá impedir a sua marcha ascendente. Ao mesmo tempo em que a nova revelação surgiu acompanhada da perseverança e firmeza dos bons líderes, tem sido alvo de adversários imprudentes, tentando obstruir o seu curso natural, mas sem obterem êxito, obviamente. Além desses, espalham-se, hoje, em profusão, os inovadores que tentam "atualizar" Kardec. O Espiritismo não responde pelos que, presunçosamente, querem ir além do que o Espírito Verdade nos revelou como resposta sábia dos Céus às interrogações da criatura aflita na Terra, conduzindo-a ao encontro de Deus. Portanto, constitui dever de todos nós preservá-lo da presunção dos reformadores e das propostas ligeiras dos que o ignoram.
Bezerra de Menezes tem demonstrado preocupação com a manutenção da singeleza dos postulados espíritas, senão, vejamos: "Neste momento, contabilizamos glórias da Ciência, da Tecnologia, do pensamento, da arte, da beleza, mas não podemos ignorar as devastadoras estatísticas da perversidade que se deriva dos transtornos comportamentais"...) as criaturas humanas ainda não encontraram o ponto de realização plenificadora. Isto porque Jesus tem sido motivo de excogitações imediatistas no campeonato das projeções pessoais, na religião, na política e nos interesses mesquinhos. (...) "(1)
Se abraçamos o Espiritismo por ideal cristão, não lhe podemos negar fidelidade. O legado da tolerância não se consubstancia na omissão da advertência verbal diante às enxertias conceituais e práticas anômalas, que alguns companheiros intentam impor no seio do movimento espírita.
Para os mais estouvados, a pureza doutrinária é a defesa intransigente dos postulados espíritas, sem maior observância das normas evangélicas; para outros não menos afoitos, é a rígida igualdade de tipos de comportamentos, sem a devida consideração aos níveis diferenciados de evolução em que estagiam as pessoas.
Sabemos que o excesso de rigor na defesa doutrinária pode levar a graves erros, se enredarmos pelas trilhas de extremismos injustificáveis, posto que redundarão em divisão inaceitável, em face dos impositivos da fraternidade.
É óbvio que não podemos converter defesa da pureza kardeciana em cristalizada padronização de práticas que podem obstar a criatividade espontânea diante da liberdade de ação.
Inobstante repelir as atitudes extremas, não podemos abrir mão da vigilância exigida pela pureza dos postulados espíritas e não hesitemos, quando a situação se impuser, no alerta sobre a fidelidade que devemos a Kardec e a Jesus.
É importante não esquecermos que nas pequeninas concessões vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação.
"É necessário preservar o Espiritismo conforme o herdamos do eminente Codificador, mantendo-lhe a claridade dos postulados, a limpidez dos seus conteúdos, não permitindo que se lhe instale adenda perniciosa, que somente irá confundir os incautos e os menos conhecedores das suas diretrizes" (2) É inegável que existem inúmeras práticas não compatíveis com o projeto doutrinário que urge sejam combatidas à exaustão, nas bases da dignidade cristã, sem quaisquer laivos de fanatismo, tendente a impossibilitar discussão sadia em torno de questões controversas.
Apresentando certa apreensão quanto ao Movimento Espírita, nosso 'Kardec Brasileiro' recorda: "a Boa Nova (...) produz júbilo interno e não algazarra exterior (...) Não é lícito que nos transformemos em pessoas insensatas no trato com as questões espirituais. Preservar, portanto, a pulcritude e a seriedade da Doutrina no Movimento Espírita é dever que nos compete a todos e particularmente ao Conselho Federativo Nacional através das Entidades Federadas"(3) (grifamos)
Sobre os que ainda se fixam, demasiadamente, nas questões fenomênicas, Bezerra lembra: "(...) a mediunidade deve ser exercida santamente, cristãmente, com responsabilidade e critérios de elevação para não se transformar em instrumento de perturbação e desídia" (4). O exercício da mediunidade deve ser reservado (o exercício) às pessoas que conheçam Espiritismo, posto ser extremamente perigosa a participação de pessoas ignorantes em trabalhos mediúnicos. Na desatenção desse tópico, após mais de um século de mediunidade à luz da Doutrina Espírita, temo-la, ainda, atualmente ridicularizada. Os intelectuais, materialistas e ateistas, desprezam-na até hoje.
Em nome do Espiritismo, há aqueles que propõem apometrias, desobsessão por corrente mento-eletromagnética (5), aplicações de luzes coloridas para higienizar auras humanas e curar azia, cálculo renal, coceiras, dores de dente, gripes, soluços em crianças, verminoses, fieiras e quejandos. Se não bastasse, recomenda-se até carvãoterapia (?!) para neutralizar "maus-olhados". É só colocar um pedaço de tora de carvão debaixo da cama e estaremos imunes do grande flagelo da humanidade - o "olho comprido".
Em recente entrevista ao Jornal Alavanca, de abril/maio-2000, Divaldo Franco adverte sobre as "terapias alternativas - "curanderismos" e a fascinação na prática mediúnica, apontando-os como fatores que têm desestabilizado o projeto da unidade doutrinária".(6)
É por essas e outras que a Revista Veja (7), registra que os médicos da ala conservadora da psiquiatria consideram os médiuns como dotados de neuroses, psicoses, desvios de personalidade, esquizofrenias. Se pararmos para refletir, daremos uma certa razão para esses psicoterapeutas. Muitos adeptos do Espiritismo desconhecem Allan Kardec, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângellis, Bezerra de Menezes, e outros consagrados expoentes da difusão doutrinária e, lastimavelmente, estão aguilhoados nas práticas que comprometem todo o projeto doutrinário.
"(...) Mantende o espírito de paz, preservando os objetivos abraçados e, caso seja necessário selar vosso compromisso com testemunho, não titubeeis". (8) O exercício dos códigos evangélicos nos impõe a obrigatória fraternidade e compreensão aos adeptos dessas estranhas práticas, o que não quer dizer que devamos nos omitir quanto à oportuna advertência para que a Casa Espírita não se transforme em academia de ilusões.


Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
(1)Bezerra de Menezes. (Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 9 de novembro de 2003, no encerramento da Reunião do Conselho Federativo Nacional, na sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília. Publicada em Reformador/Dezembro/2003)
(2)Idem
(3)Idem
(4)Idem
(5)estranha prática de "choques" anímicos para "afastar" maus espíritos
(6)Jornal Alavanca - abril/maio-2000
(7)Revista Veja. SP,abril-l999
(8)C.f Bezerra de Menezes. Mensagem psicofônica In:Reformador/dezembro/2003

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home