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sábado, 24 de julho de 2010

SE O ESPIRITISMO DEVE SE APROXIMAR DO POVO, POR QUE OS LIVROS ESPÍRITAS SÃO TÃO CAROS?



Após fazer comentários sobre livros espíritas que são vendidos a preços altos, um confrade nos retrucou: “os livros espíritas não são caros. O povo brasileiro é que ganha pouco.”(!?) Em seguida outra ouvinte argumentou: “Os livros espíritas devem ser vendidos a preço de mercado.” Explicamos aos interlocutores que o livro espírita deveria ser vendido a preço MUITO abaixo de mercado, SIM! Até porque vendê-lo barato não significaria desvalorizar a nossa doutrina e, muitíssimo menos estaríamos propondo ostentação de uma humildade aparente.
Um livro de preço mais acessível a todos vai despertar o interesse pela leitura, sem dúvida nenhuma. Em verdade, os espíritas assalariados ou até mesmo DESEMPREGADOS não têm acessos aos bons livros de André Luiz , por exemplo. Por essa razão, os menos afortunados não adquiriram cultura de ler, pois os livros sempre lhe foram negados pelo famigerado mercado. É inaceitável a velha cantilena de que se o livro for gratuito mesmo assim o espírita pobre não se interessará em lê-lo.
Um outro argumentou: “Há muitas bibliotecas espíritas disponibilizando livros para empréstimo, a custo zero, no entanto vivem às moscas. Basta pesquisar, no Brasil inteiro.” Embora, aparentemente correta a opinião ela não se sustenta em si, até porque não há pesquisa para sua comprovação - portanto - argumento falsíssimo.
Em verdade, os livros espíritas podem ser escritos de algumas maneiras: psicografados (quando são ditados pelos espíritos através de médiuns), intuídos (quando o autor se vale da intuição), fruto de pesquisa (quando o autor recorre às fontes e tece seus comentários), etc... Cada tipo de livro e autor buscam abordar o Espiritismo por certos aspectos, seja filosófico, moral (religioso) ou científico, a fim de que todos os campos da literatura sejam preenchidos e estudados à luz da Doutrina Espirita. As Obras da Cofificação (Pentateuco kardeciano) nos explicam e auxiliam a vivenciar o Espiritismo Cristão e norteiam nossos caminhos como seguidores do Cristo.
A apropriação do conhecimento doutrinário deve ser obtida obrigatoriamente através dos livros publicados por Allan Kardec e das obras literárias complementares que estão disponíveis em diversos títulos que permitem ao leitor avançar no conhecimento da Terceira Revelação. São livros para estudos, dos mais simples aos mais avançados, e livros para reflexão, que nos fazem repensar nosso modo de viver e a forma de construirmos uma vida mais equilibrada.
Os romances já consagrados (sérios), são muito populares entre os leitores, e narram a vivência do Espiritismo no dia-a-dia, não só em histórias e crônicas contadas por espíritos que as vivenciaram, mas também com histórias desenvolvidas por autores sob boas inspirações. Nos livros romanceados, existem aqueles que trazem temas destinados aos jovens e abordam assuntos específicos dos conflitos da adolescência, para que os mesmos se interessem pela literatura espírita. Há os livros infantis, escritos sempre de maneira simples e divertida, contendo ilustrações atrativas, com histórias de fácil compreensão e assimilação que propõem introduzir a criança ao Espiritismo cristão.
Em verdade, a literatura espírita é riquíssima e bastante ampla. Através dela podemos encontrar as respostas a todos nossos questionamentos pessoais, além de perceber que o mundo espiritual está muito mais presente em nosso cotidiano do que imaginamos. Por tudo isso, vale aqui algumas considerações , a propósito de como o livro espírita tem chegado ao leitor e este ao livro.
O que e como fazer a respeito da comercialização dos princípios espíritas através dos livros, sem contradizer com o compromisso doutrinário que deve favorecer o diálogo com o povo, especialmente os menos favorecidos materialmente?
Não vão nossas palavras destinadas àqueles que revertem os lucros do livro espírita em prol das comprovadas obras assistenciais (creches, asilos, hospitais etc...), mas para editoras que industrializam livros espíritas a preços escorchantes, excluindo os espíritas menos aquinhoados do nosso País.
Não cremos que o materialismo esteja sendo cada dia mais desmoralizado, como sói acreditar alguns "espíritas" (ora! a ganância ao lucro é atitude materialista indiscutivelmente). A rigor, os livros espíritas, que poderiam ajudar a população a se espiritualizar, estão cada vez mais inacessíveis e estão tornando-se artigo de luxo. Não estamos exagerando , não!!Existem publicações de livros confeccionados ricamente com capas duras e douradas, desenhadas, charmosas , que custam “o olho da cara”! (como dizia minha avó paterna). Obviamente, essas relíquias são destinados aos endinheirados. Mas, e os livros – digamos - mais populares? Até mesmo esses têm preços bastante impopulares.
O Brasil está entre os sete países com maior desigualdade social do Planeta. Na "Pátria do Evangelho" há uma multidão de brasileiros sedenta de conhecimento espírita começando a se interessar pelos livros. Parte desse contingente ou está DESEMPREGADA, ou é assalariada, trabalhadora honesta que pega no batente de sol a sol, e mal consegue recursos financeiros para transporte, aluguel, água , luz, remédios e até para comer a fim de sobreviver com dignidade. Será que nossos confrades menos favorecidos materialmente permanecerão no Espiritismo quando se sentirem aviltados nos seus bolsos em face da exploração comercial do livro?
Há pessoas que se deixam enganar com muita facilidade e acabam acreditando que “tudo tem que ser bem caro” e defendem essa idéia porque os conceitos espíritas têm muita qualidade. (pasmem!) Essa é uma opinião e como toda opinião pode ser respeitada! Porém não necessariamente aceita, por ser uma troça para confrades que sobrevivem de salários.
Sabe-se que Chico Xavier, ao doar suas produções psicográficas, durante a sua missão do livro , o fez pensando nos trabalhos em prol dos carentes e não para manter grupos de elite fechados em seus insofreáveis pendores de exploração comercial das coisas divinas.
O médium mineiro , logo quando começou a psicografar e ao saber e ver seus livros sendo vendidos , exclamou: - Que ótimo! Mas, eu ainda acho que devíamos é pagar as pessoas para lerem os livros que psicografo. Não creio que o Chico tenha se exagerado, nessa espontânea manifestação, até porque, ciente do valor do conteúdo dos livros e como instrumento dos espíritos que publicou, ele quis mostrar que não psicografava para ganhar dinheiro e sim pelo bem que os livros fariam às pessoas de TODAS AS CLASSES SOCIAIS.
Creio que o livro espírita , se não pode ser gratuito(em face do custo de produção) pelo menos que seja baratinho) isso é uma estratégia verdadeiramente cristã, principalmente em época de Internet que tem democratizado o acesso aos livros por qualquer pessoa, graças a Deus!.


Jorge Hessen
http://jorgehessen.net

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