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sexta-feira, 12 de março de 2010

Fidelidade e Liberdade


Inicio estas reflexões com algumas frases ditas por estudiosos de diferentes áreas, que são bastante elucidativas a respeito do tema que me proponho apresentar: fidelidade e liberdade.

Paulo Freire, um educador de fama internacional, disse certa vez que: “ Me entende quem não me segue”. Ao propor uma educação libertadora, sendo coerente, ele não queria fieis sem liberdade.

Jose Marti, um grande educador e poeta cubano disse:“ Hay que ser culto para ser libre”. Ele não queria fieis sem liberdade.

Aléxis Leontiev, um renomado psicólogo russo, afirma, com humildade, que sua importante Teoria sobre o Psiquismo Humano é apenas um “ensaio”, que deve ser aprofundado constantemente. Ele não queria fieis sem liberdade.

Karl Marx, o grande filósofo, disse em uma das suas obras: “ Quanto a mim, não sou marxista”. Talvez ele previra o que seus seguidores fanáticos fariam com sua obra. Ele não queria fieis sem liberdade.

Jesus Cristo, o Mestre dos mestres, disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Penso que com estas palavras Ele não pretendeu fundar nenhuma Religião. Ele apenas deu o exemplo para os homens no sentido de como deveriam agir, se escolhessem o caminho do Amor: “amar a Deus acima das coisas e ao próximo como a si mesmo”, carregar cada um a sua cruz, dar a vida pelos injustiçados, se preciso for - como Ele deu. E disse também que: “quem perder a vida por amor ao Pai estará ganhando a verdadeira vida”. E disse ainda, pouco antes de morrer “ não vos deixarei órfãos. Estarei com vocês até o fim dos tempos”. E foi, realmente, visto na Terra ressuscitado. Ele mostrou com palavras e atos que nada seria fácil para quem, livremente, decidisse seguir seu exemplo. E que não tivéssemos medo, pois nosso espírito é imortal. E é só olharmos a história para constatarmos essa dificuldade de dizer e fazer o que Cristo disse e fez. Muitos homens sofreram e morreram e continuam a sofrer e morrer pela causa da justiça, da fraternidade, da igualdade de condições de vida para todas as pessoas. Mas nos conforta sabermos que eles continuam entre nós. Hoje temos muitas pesquisas confirmando a imortalidade do espírito. A Fé vem encontrando a confirmação na Ciência como temos verificado nos últimos tempos ao estudarmos o Espiritismo. Jesus exerceu fidelidade ao Pai e liberdade para dizer sim ao seu projeto. Assim, ao nos fazer livres, Deus nos mostrou que não queria fieis sem liberdade.

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, disse:“ Se a ciência negar o que estou afirmando, fiquem com a ciência”. Não aceitem nenhuma idéia sem passá-la pelo crivo da razão e da experimentação. Façam pesquisa, estudem sempre”. Tenham uma fé alicerçada na razão. Ele não queria fieis sem liberdade.

Assim, para mim, fidelidade não é dizer ou fazer o que alguém disse ou fez - no seu tempo ou nas condições em que viveu. Fidelidade é conhecer bem a personalidade desse alguém, seu senso ético e moral e dizer e fazer o que ele diria e faria se estivesse aqui no nosso tempo. É desse modo que me julgo fiel aos grandes mestres citados acima. Caso contrário, eu seria um robô que apenas repete palavras ou comandos do seu dono, sem liberdade de decidir nada e, consequentemente, não sendo responsável por nada. Isso equivale a não ser Humano e sim uma Máquina. Acredito na frase “somos livres para plantar, mas não para colher”. Isso quer dizer liberdade com responsabilidade, consciência dos efeitos de nossas palavras e ações.

Maurílio Nogueira da Silva

Prof. da UFJF – E. mail: nmaurilio@yahoo.com.br


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