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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pesquisa com células Tronco Embrionárias




Segue abaixo depoimento bastante oportuno do confrade José Raul Teixeira para a revista eletrônica "O Consolador" (vide link http://www.oconsolador.com.br/ano2/90/entrevista.html) sobre Pesquisa com células Tronco Embrionárias.


(re)Leia também os 4(quatro) artigos de nossa autoria sobre o mesmo tema.


O Consolador: Há muitos debates sobre células-tronco embrionárias. Considerando como são formados os embriões resultantes da fertilização in vitro, é-nos difícil entender que a todos eles estejam ligados Espíritos, visto que, para um mesmo casal, produzem-se diversos embriões, dos quais alguns são implantados e outros mantidos em baixíssima temperatura. Se tudo correr bem na gestação, é comum que os embriões congelados sejam esquecidos e, por conseguinte, jamais utilizados. Em alguns países, como a Inglaterra, a lei estipula um prazo, findo o qual eles são eliminados. Ainda que não se tratando de uma posição do Espiritismo, e sim um argumento pessoal, como você vê essa questão?


Raul Teixeira: Sendo uma pessoa vinculada às ciências, vejo como muito delicada essa questão, tendo em vista muitos posicionamentos extremadamente apaixonados e que nos remetem aos tempos distantes das posições ultramontanas em relação ao progresso científico.É comum que os religiosos, em geral, evoquem para si o direito de atuar nas suas crenças como bem o desejem ─ ainda que toda a sociedade se depare, incontável número de vezes, com posicionamentos argumentativos e práticas ardilosos, anti-sociais e mesmo criminosos contra o povo ─, sem admitirem qualquer intromissão de cientistas, nenhuma opinião que se oponha aos seus intentos ou que não façam parte dos seus quadros, quase sempre distanciados dos verdadeiros fins dos ensinamentos imortais deixados por Jesus Cristo e por outros Missionários espirituais da humanidade. Contudo, quase sempre os mesmos religiosos arrogam-se o direito de não somente opinar mas de determinar sobre as reflexões e práticas da Ciência, como se fossem detentores da absoluta verdade.Afora os posicionamentos políticos, laboratoriais, comerciais e demais interesses particulares que se atiram nos caminhos dos cientistas-pesquisadores ─ que costumam estar presentes nessas discussões, fazendo lobbies em favor de empresas ou de grupos, com os quais se deve ter muita cautela pelo cinismo e pelas pressões com que atuam ─, sou de parecer que aos religiosos caberia ressaltar e propagar a realidade espiritual do ser humano, trabalhar na educação moral dos indivíduos, o que lhes possibilitaria tomar as melhores decisões diante do mundo e diante da Espiritualidade, deixando àqueles que assumiram responsabilidades perante a Ciência o labor que lhes cabe, oferecendo, quando solicitados, os seus mais lúcidos pareceres que deverão ser tão lúcidos quão desapaixonados. O que não me parece coerente é que os religiosos desejem governar todos os ângulos de visão da sociedade, como se tivessem o privilégio da verdade sobre os demais pensadores.Indiscutivelmente, encontraremos abusos que à justiça caberá questionar e corrigir, evocando os preceitos éticos imponentes. O que creio não ser razoável é partirmos do princípio de que, por adotar posições muitas vezes materialistas ou ateístas (em relação aos preceitos e dogmas das religiões institucionais), devam os cientistas ser considerados como não sérios ou como irresponsáveis. Entendo que deveremos respeitar esse grande pugilo de pesquisadores que têm oferecido suas vidas em prol de uma sociedade melhor, permitindo que realizem seus empreendimentos, seus trabalhos, suas pesquisas.Tenho ouvido do Espírito Camilo que muitos desencarnados, retidos em situações de complexos conflitos e sofrimentos no além, são visitados e indagados quanto ao interesse que tenham de servir de instrumentos ao progresso da Ciência no mundo, apresentando-se para animarem embriões que se prestarão às pesquisas. Findadas as experiências, essas entidades que reencarnariam em delicadas situações de enfermidades físicas, mentais ou sócio-econômicas, ou todas conjugadas, logram obter melhorias significativas nos processos em que estão incursas. São muitas as que aceitam e que são levadas a tais lidas nas esferas do trabalho científico.É real que nem todos os embriões, tendo-se em vista as fases iniciais em que são tomados, estão ligados a inteligências espirituais, mas outros tantos estão, sim, animados por essas entidades referidas, ou seja, as que se apresentam para servir de "cobaias" nas atividades de pesquisas científicas.Há, por outro lado, uma questão que se quer calar. Por que há defesas tão extremadas dos possíveis embriões com ligações espirituais, enquanto que não há a mesma paixão pelas crianças já reencarnadas, malnascidas, abandonadas nas ruas ou nos orfanatos? O que deve passar pela mente geral relativamente a tais crianças e os citados embriões? Por que não costumamos ver ninguém solicitar aos laboratórios detentores dos embriões algum deles como filho? Diante das quantidades que são atiradas fora, após os períodos exigidos por lei, é de estranhar que ninguém reclame uns dois ou três para serem cuidados, implantados na condição de filhos, de modo a salvá-los da destruição...


Artigos de Jorge Hessen (abaixo)


CIENTISTAS ESTARIAM SUBVERTENDO A ORDEM DIVINA AO MANIPULAR CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS? (06.04.05) Conforme item 2/2005 do site http://jorgehessen.net/ O governo federal lançou dia 20/04/2005 o primeiro edital que permitirá o financiamento de pesquisas com células-tronco no país. Serão liberados R$ 11 milhões dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia. A verba será utilizada para financiar projetos de pesquisas básicas (experimentações in vitro), pré-clínicas (experimentos com animais) e clínicas (experimentos em seres humanos) que tenham o objetivo de desenvolver procedimentos inovadores em terapia celular. Também poderão ser pesquisadas células-tronco adultas da medula óssea e do cordão umbilical e células-tronco embrionárias, incluídas no edital por causa da lei de biossegurança.(1)


PESQUISA COM CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS - O DEBATE CONTINUA
(21.03.08) Conforme item 14/2008 do site http://jorgehessen.net/ Em razão do processo (1) proposto (de ranço religioso) no Supremo Tribunal Federal contra o artigo que trata da manipulação de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos, defendemos o argumento de que a ciência e o direito à vida precisam prevalecer sobre a religião na decisão final. Ressaltamos, por oportuno, que a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República ratificou a decisão do Congresso Nacional, que aprovou, por ampla maioria de deputados e senadores, a permissão de pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil. É importante frisar, também, que "defender a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias para fins terapêuticos mais do que um posicionamento técnico-científico é a defesa dos Direitos Humanos, da Dignidade da Pessoa Humana". (2)


CÉLULA TRONCO E FLUIDO VITAL
(15.03.08) Conforme item 15/2008 do site http://jorgehessen.net/ Alguns estudiosos fazem alusão à intensidade do princípio vital que, nas células embrionárias, é mais presente que nas congêneres adultas encontradas na medula óssea, na placenta e no cordão umbilical; na capacidade de se diferenciar e constituir diferentes tecidos nos órgãos do corpo humano; e, na especialidade da auto-replicação. Sobre o Princípio Vital Kardec, em "A Gênese", explica: "(...) Há na matéria orgânica um princípio especial, inapreensível (grifamos) e que ainda não pode ser definido: o princípio vital. Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto; tal princípio é um estado especial, uma das modificações do fluido cósmico, pela qual este se torne princípio de vida. A vida, portanto, como "efeito" decorrente de um agente princípio vital sobre a matéria (fluido cósmico), tem, por sustentação, a matéria e o princípio vital em estado de interação ativa, de forma contínua. Decorrente da mesma fonte original - pois "reside" no "fluido magnético animal", que, por sua vez, não é outro senão o fluido vital - tem, contudo, a condição peculiar de veicular o contato com o princípio espiritual". (1) Obviamente, não são a mesma coisa o princípio espiritual e o princípio vital. A matéria tem uma vitalidade independente do Espírito e o Espírito tem uma vitalidade independente da matéria. Essa dupla vitalidade repousa em dois princípios diferentes.


PESQUISA PARA FUTURAS TERAPIAS COM CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS É CONTRÁRIA AO ESPIRITISMO? (27.12.08) Conforme item 66/2008 do site http://jorgehessen.net/ Apesar de o Manifesto, promulgado no V Congresso Médico-Espírita (1), ter sido contrário à utilização das células-tronco embrionárias, quer em pesquisas ou em terapias, mas, aprovando, quanto à utilização das células-tronco adultas, insistimos no tema, por conhecer muitos médicos favoráveis às pesquisas e utilização das células-tronco embrionárias e, também, por não conceber tal documento como posicionamento da Doutrina Espírita, ou seja, não se trata de uma posição do Espiritismo, e sim uma opinião institucional que será, futuramente, confirmada, ou não, pelos fatos.
-- Fraternalmente

Jorge Hessen



sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

TABAGISMO




Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), do ano de 2000, considera o tabagismo a maior pandemia de todos os tempos. Para cada dólar arrecadado na indústria do tabaco, outros cincos são gastos para a cobertura das doenças relacionadas com o cigarro. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de fumo, e o sexto maior mercado de cigarros do Planeta. Os números das indústrias no Brasil impressionam. Anualmente são produzidos quinhentos milhões de toneladas de fumo que se transformam em noventa e sete bilhões de unidades para a demanda comercial; isso equivale a mais de quarenta milhões de fumantes.O Ministério da Saúde afirma que cada ano oitenta mil pessoas morrem com quadros patológicos vinculados ao tabagismo, o que corresponde a quase dez óbitos por hora. Existem no Brasil atualmente cerca de trinta milhões de consumidores de tabaco, que contribuem com a arrecadação de cerca de R$ cinco bilhões, correspondentes a 65% do faturamento da indústria do tabaco. O Sistema Único de Saúde (SUS), gasta cerca de R$ 3,6 bilhões ao ano com doenças relacionadas ao tabagismo, enquanto o Banco Mundial informa que cerca de US$ 200 bilhões ao ano são alocados para programas de saúde devido ao consumo de tabaco. (1) O número de fumantes no mundo é de cerca de um bilhão e cem milhões. Nos países em desenvolvimento, 48,5% dos homens e 7% das mulheres fumam. Nos países desenvolvidos, 42% dos homens e 24% das mulheres fumam. No Brasil, um terço da população adulta fuma: 11,2 milhões de mulheres e 16,7 milhões de homens. A maioria dos fumantes (90%) fica dependente da nicotina entre 15 e 19 anos de idade, sendo que existem cerca de 2,4 milhões de fumantes nesta faixa etária no Brasil. O fumo é responsável por 85% das mortes por doenças pulmonares obstrutivas, como o enfisema, e por 25% das mortes por doenças coronarianas, como o infarto, e das doenças cerebrovasculares, como o derrame. (2) Veja o que dizem alguns membros da indústria do cigarro: "A nicotina causa dependência. Nosso negócio, então, é a venda de uma droga" (3) . "Para o principiante, fumar um cigarro é um ato simbólico. Eu não sou mais o filhinho da mamãe, eu sou durão, sou um aventureiro, não sou quadrado... À medida que o simbolismo psicológico perde a força, o efeito farmacológico assume o comando para manter o hábito..."(4) Para Enio Cardilho, do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, o fumante, além de suicida involuntário, é incendiário porque mais de 40% (quarenta por cento) dos incêndios no mundo são provocados por causa dos restos de cigarros acesos. Como se não bastasse, a ciência já catalogou mais de 1.200 (mil e duzentas) substâncias tóxicas do cigarro. Para quem já parou de fumar, um aviso essencial: uma simples tragadinha pode acabar com o esforço e abstinência de anos. A explicação para isso, segundo estudiosos, é que a nicotina, de alguma forma ainda não compreendida pela medicina, abre certas "portas" no sistema nervoso, que ficam escancaradas para sempre. Um pouco de droga que volte a passar por elas e a dependência se reinstala. A explicação corrente é que a nicotina, para agir no cérebro e provocar sensação de "bem-estar" imita a ação da acetilcolina. Como moléculas usurpadoras, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais que estimulados produzem mais 1neurotransmissores (dopamina) que regulam a sensação de prazer. Quando o estímulo de produção dopamínica é interrompido por alguns instantes, o sistema nervoso central se desequilibra e o fumante acende o próximo cigarro e a nicotina se encaixa novamente nos receptores cerebrais, recomeçando o ciclo. Esse fator é determinante para que as estatísticas mundiais apontem que anualmente menos de 3% (três por cento) dos fumantes derrotem o vício. Para o adepto do Espiritismo o hábito de fumar tem conseqüências mais sérias, sobretudo por causa das reiteradas advertências dos Benfeitores Espirituais, esclarecendo sobre os malefícios que causam à mediunidade. O médium viciado no fumo consubstancia-se integralmente em "cachimbo" ou "piteira" nas amarras dos inveterados fumantes do além, tornando-se alvo de obsessão. O vício de fumar açoita as condições de consciência evangélica, desarmoniza a estrutura fisiopsíquica e as bases funcionais do perispírito, que se impregna de toxinas. O fumo afeta os trilhões de células unicelulares saturadas de vitalidade que compõem o psicossoma, deixando manchas específicas, especialmente na região pulmonar. O tabagismo atormenta os desencarnados viciados que se angustiam ante a vontade de fumar irresistivelmente potencializada. O complicador da questão é sistematizado na inexistência de indústrias de cigarros na Erraticidade para abastecer Espíritos fumantes. Em face disso, estes tabagistas do Além, para materializarem suas tragadinhas, tornam-se protagonistas da subjugação, transformando-se em artífices da vampirização sobre os encarnados tíbios de vontade, que ainda se locupletam nas deletérias baforadas do malcheiroso cigarro...


Jorge Hessen



FONTES:

(*) Artigo publicado no Reformador de Novembro de 2002

(1) Dados do Ministério da Saúde, ano de 2000.

(2) Revista Mind - nº 24 - Outubro/Novembro/Dezembro-99.

(3) Addison Yeaman, da Brown & Williamson, 1963.

(4) Philip Morris, Vice-Presidente de Pesquisa e Desenvolvimento, "Por que se fuma", 1969.

sábado, 10 de janeiro de 2009

A TERCEIRA REVELAÇÃO SIMBOLIZA O RETORNO DO CRISTO À TERRA

pintura de El Greco,
"Os apóstolos Pedro e Paulo, 1587"



..... A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a Terceira Revelação da Lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecidos esse mundo e a sorte que os espera.(1) Sabemos que a Lei de Deus foi expressa no Sinai a Moisés, as Lições de Jesus em Israel e a Terceira Revelação a Allan Kardec na França de 1857. Cada uma dessas revelações foi a expansão das idéias apresentadas anteriormente, obedecendo a inequívoca lei do progresso. Obviamente toda Revelação tem por característica a Verdade. Se for desmentida por fatos, deixa de ter origem Divina, pois Deus não se engana nem mente.Observemos que com Moisés temos o impacto da força e do temor, para arrancar os homens da idolatria (bezerro de ouro) e da submissão ao paganismo. Com Jesus temos o exercício da fé e do amor, para livrar o homem do aguilhão dos formalismos, da tradição, inspirando-o à prática da fraternidade. Com os Espíritos concretiza-se o emprego da verdade, que ilumina a fé pelo raciocínio, para que o espírito humano possa amar compreendendo sua transcendência. O homem já não deve temer, nem apenas crer e amar, mas também e, sobretudo saber para que crê e porque ama.Uma importante revelação se cumpre na época atual: a que nos mostra a possibilidade de se comunicar com os seres do mundo espiritual, pela mediunidade. Esse conhecimento não é novo, sem dúvida; mas permaneceu, até os nossos dias, de certa forma, no estado de letra morta, quer dizer, sem proveito para a Humanidade. (2)O mestre Lionês explica que o Cristo, tomando da lei antiga o que era eterno e divino, e rejeitando o que não era senão transitório, puramente disciplinar e de concepção humana [leis mosaicas], acrescentou a revelação da vida futura, a das penas e recompensas que esperam o homem depois da morte. Dando-nos a conhecer o mundo invisível, as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam e em conseqüência, o destino do homem depois da morte. A idéia vaga da vida futura acrescenta a revelação do mundo invisível que nos cerca e povoa o espaço, e, com isto, fixa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade no pensamento. (3)Um dos pontos altos da Terceira Revelação é a lei das vidas sucessivas, objetivando demonstrar que o Espírito não encarna uma só vez, mas, tantas e quantas forem necessárias a fim de se tornar um Espírito perfeito e portador das mais nobres qualidades morais e espirituais. A reencarnação, cujo princípio o Cristo colocou no Evangelho, mas sem definí-lo, é, sem dúvida, uma das leis mais importantes reveladas (relembradas) pelo Espiritismo, no sentido de que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. A Terceira Revelação, bem longe de negar ou de destruir o Evangelho, vem ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza que revela, tudo o que o Cristo disse e fez; traz a luz sobre o ponto obscuro dos seus ensinamentos, de tal sorte que aqueles para quem certas partes do Evangelho eram ininteligíveis, ou pareciam inadmissíveis, as compreendem sem esforço, com a ajuda do Espiritismo, e as admitem, vêem melhor a sua importância e podem separar a realidade da alegoria. Não resta dúvida de que, os Evangelhos têm sido entendidos, ao longo dos séculos, precipuamente em sua feição literal; mas, com a Revelação dos Espíritos, a interpretação literal, tendo em vista o estádio evolutivo das gerações, de há muito não prevalece. O Espiritismo - Terceira Revelação -, com suas raízes mais profundas fincadas no Evangelho do Cristo, não deixa de apresentar-se como doutrina essencialmente dinâmica, evolutiva. (4)Para André Luiz a Terceira Revelação entroniza a certeza que a mediunidade atual é, essencialmente, a profecia das religiões de todos os tempos. Com a diferença de que a mediunidade hoje é uma concessão do Senhor à Humanidade em geral, considerando-se a madureza do entendimento humano, à frente da vida. (5)A mediunidade em si não é coisa recente, a diferença atualmente dela é tão-somente a forma de mobilização, porque a liderança religiosa de várias procedências jaz, há muitos séculos, engessado no estéril culto exterior, espetaculizando indebitamente o conjunto das revelações metafísicas.Sobretudo a religião Cristã de várias denominações, que deveria ser a mais consistente e a mais simples das propostas de fé, há vários séculos se embutiu no superficialismo dos templos de pedra. Era mister, transferir-lhes os princípios, a benefício do mundo que, cientificamente, hoje se banha no clarão de nova era. (6) Motivo pelo qual, pela Terceira Revelação, o Senhor da Vida deliberou que a mediunidade fosse trazida do colégio sacerdotal à praça pública, a fim de que a noção da eternidade, através da sobrevivência da alma, desperte a mente narcotizada do povo.O próprio Cristo, Instrumento de Deus por excelência, se utilizou da mediunidade para acender a luz da sua Doutrina de Amor. Seja aliviando as dores de enfermos e asserenando os que estavam sob o impacto da aflição, e não raro, comunicou-se com os desencarnados, alguns dos quais Espíritos sofredores a subjugarem obsedados de diversas gradações. E, além de surgir em colóquio com Moisés materializado no Tabor, Ele mesmo é o grande ressuscitado, legando aos homens o sepulcro vazio. (7)A Terceira Revelação, sem quaisquer arrogâncias, simbolicamente, é Jesus que retorna ao mundo, instando-nos ao crescimento espiritual. À Revelação Espírita deveremos, acima de tudo, a luz para vencer os tenebrosos enigmas da desencarnação, a fim de que nos consorciemos, afinal, com as legítimas noções da consciência cósmica. E como ressalta André Luiz: será pouco revelar a excelsitude da Justiça? Será desprezível descortinar a vida em suas ilimitadas facetas de evolução e eternidade?(8) Portanto, através da Terceira Revelação observaremos embevecidamente, dos cimos da consciência de realidade, os estreitos compartimentos das cogitações terrenas, compreendendo racionalmente, por fim, que o esplendor reservado ao homem é excelso e infinito, no Reino Divino do Universo.Com a certeza na vida futura que o Espiritismo comprova de modo tão claro, o homem adquire força para seguir sua caminhada, certo de que um dia esse Deus interno que existe dentro de nós resplenderá inteiramente e ofuscará de vez o homem velho que ainda faz morada em nossa alma.


Jorge Hessen






FONTES:


1- Kardec, Alan. Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed. FEB,2003, Cap I


2- Kardec, Alan. A Gênese, RJ: Ed. FEB,2001, Cap I


3- Idem


4- Artigo de Juvanir Borges de Souza, publicado em Reformador - abril de 1977


5- Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, RJ: Ed FEB, 1999, Cap "Apontamentos à Margem"


6- Idem


7- Idem ibidem


8- Idem ibidem

sábado, 3 de janeiro de 2009

SINISTRO EMBARQUE - UMA VIAGEM NO LIMIAR DO SABER E DA EMOÇÃO, DO SENTIR E DA RAZÃO

Pintura "os sete pecados capitais"


SINISTRO EMBARQUE....
Vou me esquecer disso, mas, certo de tudo que estão fazendo, o que eu vejo é que o esquecimento paira sobre mentes ociosas, cultivadoras da indomável busca animalesca dos instintos dominadores.
É a carne acima de Deus!
Porém, doce leito de um rio calmo, emoldurado com suas rochas esculpidas nas suas entranhas através dos milênios e milhões de anos que dão colorido à sua água corrente e a vida terrestre, no dia-a-dia, mostrando-se com estranhas comoções em seus ditados ajustados à Lei do Criador;
Na púrpura beleza da robustez do corpo, a afeição nas estranhezas dos hormônios que fazem do corpo denso esquecer de si e do trabalho que escultura e que demonstra a pureza e alegria plenas.
Causa a mim estranheza, aprofundar em assuntos sem "assunto", posto que a linguagem humana, quando dotada da fala, é utilizada com enlouquecidos desvios, manipulada hipnoticamente, a transformando qual cachoeira de veneno aos ouvintes que se hipnotizam pela conversação, sempre inúteis se regada pela maledicentes frases, destituídas de palavras contrutivas , sem idéias novas de elevação, ou, então, usada para agredir a quem escuta, para dar trégua a volúpia da mentira.
Quem fala expõe pela boca o que o sente coração.
Também é estranhável, perceber, que as mãos dotadas de tão singela e extraordinária anatomia, apague-se da memória de quem a utiliza, esbofeteando, portanto muito distante dos fins para as quais elas foram projetadas.
A audição, não é uma das faculdades mais desenvolvidas do homem, porém certamente a própria consciênca se perguntará como temos ouvidos e ou escutado?
A porta, a janela da alma, os olhos, indizível, maravilhosos;
a faculdade mais consciente do homem sem dúvida, é a visão, o poder ver com os olhos que veem;
Todas as expressões de um ser, seja ele, de qualquer raça: negro,amarelo, vermelho, branco; seja pobre, abastado ou bastardo, matrapilho ou "limpinho", os olhos, lupa de Deus, talvez seja a base da filosofia, os braços da sociologia, as mãos da antropologia, o cérebro da física-quântica, e assim vai....etc., ou seja é o elo do ser com o mundo concreto, contudo, como querermos enxergar um fiapo no olho do próximo com uma espessa trave nos próprios olhos que não sabem ver?
Enfim, como temos visto os fatos, as coisas, as pessoas e principalmente a nós mesmos?
Corações sacudidos da vontade de saber e a razão que por várias vezes se estremece pela voracidade dos germes destruidores da paixão potencializados pelos estresses, egoísmos e ódios incontidos. Para que cultivarmos tantas entidades dos sonhos mitológicas dos amores impossíveis , se nos olvidamos de que nada ao nosso alcance nos satisfaz para manifestar nossa vontade de amar? E sequer nos serve por desconhecermos o que é o viver e o conviver, o agir e interagir.
No dia extremo do corpo, das diversas encarnações que por aí flutuam nesse imenso oceano chamado Terra, certamente que cada mente irá se inquirir o que temos feito com a magnífica máquina que Deus nos emprestou para manifestar nossa razão sob os influxos do amor legítimo, embora humano...
Que a resposta seja a mesma indagação a todos nós..
Com a luz da razão, aprendemos a amar?
Ora, o coração tem razão que a própria razão desconhece


Eduardo Luiz de Castro Hessen